A China destacou nesta segunda-feira, 16, que sua cooperação com a América Latina procura igualdade e o benefício mútuo e não envolve nenhum outro país. A referência é uma resposta às declarações do secretário americano de Comércio, Wilbur Ross, feitas durante a Cúpula das Américas em Lima na última sexta-feira, 13, em que afirmou que para a América Latina é mais vantajoso fazer negócios com os Estados Unidos.
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Hua Chuying, afirmou em coletiva de imprensa em Pequim nesta segunda-feira que "ninguém melhor do que o povo latino-americano para saber se a China é ou não um bom parceiro cooperativo da América Latina".
A porta-voz lembrou hoje que a China é atualmente o segundo parceiro comercial da América Latina e que as companhias chinesas criaram mais de 1,8 milhão de empregos nesse continente.
"A China compra basicamente matérias-primas e produtos agrícolas da América Latina, enquanto nós compramos produtos manufaturados. Há mais valor acrescentado nos produtos que a América Latina nos vende do que os que eles vendem à China. Assim, acreditamos que (fazer negócios com EUA) beneficia mais a economia dos países latino-americanos", explicou Ross durante a cúpula.
O secretário americano disse ainda que os países da América Latina são livres para fazer negócios com outros. "Não temos nenhum problema que explorem as possibilidades com a China. Nunca pedimos a nenhuma nação que não comercialize com outra, exceto nos casos sobre os que impusemos sanções, como a Rússia", sustentou Ross.
Hua Chuying pediu que os EUA respeitem a vontade desses países, vejam as relações entre a China e a América Latina de forma objetiva e façam mais para beneficiar o desenvolvimento da região.
Além disso, a China está "preparada para trabalhar com os países latino-americanos para expandir o benefício mútuo e a cooperação", ressaltou.