Empresas de países considerados inovadores são responsáveis por aproximadamente 70% do investimento em pesquisas científicas. O envolvimento de empresas brasileiras fica em 42,7% apenas. Entretanto, o governo brasileiro tem contado com apoio de “fora”. Brasil e China são grandes expoentes atuais nas pesquisas em energia limpa. O Brasil com o desenvolvimento de pesquisas em energia eólica e marítima, e os chineses com os painéis solares, um mercado que lideram mundialmente com 60% da produção. A China tomou como prioridade em 2012 o desenvolvimento tecnológico de bioenergia, energia solar e tratamento de resíduos, um plano consoante ao Plano Quinquenal iniciado em 2010, que tem o enfoque nas indústrias limpas.
O Brasil, com sua matriz energética considerada uma das mais “limpas” do mundo, com 45% proveniente de fontes renováveis, e China, a maior poluidora do planeta, estão trabalhando em conjunto para desenvolver pesquisas que auxiliem no desenvolvimento de inteligência em novas energias com enfoque comercial.
“A China quer se tornar um grande produtor de energias renováveis, e o mercado verde deverá ser um grande impulso para o reaquecimento da economia mundial”, diz o diretor geral do Ministério de Ciência e Tecnologia Chinês, Wang Qiang.
Na metade do ano passado, Pequim reiterou a intenção do seu Plano Quinquenal com aporte de 816 bilhões de yuans (cerca de R$ 268 bilhões) em medidas contra a poluição do ar e da água, além de outros 932 bilhões de yuans (aproximadamente R$ 306 bilhões) que serão destinados a iniciativas para a construção civil e produção de automóveis que usem menos recursos não renováveis.
A participação brasileira no projeto chinês é encabeçada pelo Centro China-Brasil de Mudanças Climáticas e Tecnologias Inovadoras em Energia (Coppe), criado em 2010 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela chinesa Tsinghua. O modelo inspira-se na criação de parcerias entre empresas e universidades desenvolvido na China, num processo iniciado durante a abertura econômica, em 1979, e a privatização de centenas de empresas.
A ideia é que o projeto sirva como um complemento, senão uma alternativa, ao programa Ciência Sem Fronteiras, que até o final de fevereiro tinha oferecido mais de 22,646 mil bolsas para pesquisadores brasileiros em 16 países - 22,4% da meta de 101 mil bolsas até 2015. As informações são do “Terra”.