Nunca se esteve tão na moda fazer dieta, seja por quem busca o corpo perfeito ou por aqueles, mais conscientes, que sabem que comer bem é sinônimo de saúde. A verdade é que também tem surgido a cada dia alimentos da moda.
Um deles é a chia, uma planta herbácea da família das lamiáceas, originária do México. Suas sementes já eram utilizadas como alimento pelos povos das civilizações da América Central há muitos séculos, mas, agora, sua fama foi conquistada graças aos seus efeitos sobre a dieta, com a promessa de favorecer o emagrecimento. Mas essas sementinhas são mesmo tão eficazes?
Segundo a nutricionista Poliane Novaes, sim, mas se consumidas da maneira correta. Caso contrário, podem ter efeito reverso. “Se for utilizada como estratégica nutricional, a chia, por ser um alimento rico em fibra, tem o poder de diminuir a velocidade de absorção dos carboidratos de alto índice glicêmico, como a tapioca, além de dar a sensação de saciedade por mais tempo”, conta a nutricionista.
Essa sensação é justificada pela capacidade que a chia tem de absorver água, transformando-se em uma espécie de gel. É só fazer o teste, deixando uma porção de molho num copo para perceber a semente inchando. Quando ingerida, a reação é semelhante. Em contato com os sucos gástricos, suas fibras se transformam nesse gel, que aumentam a dilatação do estômago. É esse mecanismo um dos fatores que favorecem a saciedade.
Além disso, a chia é rica em antioxidantes, que combatem os radicais livres - que agem destruindo as membranas celulares e desencadeando o processo de envelhecimento - e em ômega-3, que possui ação anti-inflamatória e está relacionada à redução dos riscos de doenças cardiovasculares.
A semente é considerada uma boa fonte proteica, sendo em sua maior parte aminoácidos essenciais, ou seja, aqueles que não são produzidos pelo nosso organismo (isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano, valina e histidina).
Riscos
Poliane resssalta que, apesar de parecer ‘inofensiva’, a chia possui alto teor de gordura, mesmo sendo considerada do tipo boa, que têm como uma de suas principais propriedades reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL). “É um tipo de gordura boa, mas, em excesso, pode levar ao armazenamento de gordura corporal. Uma colher de chia possui 4 gramas de fibra, mas também 3,5 gramas de gordura”, alerta. Como é um carboidrato, apesar de conter fibras, em excesso, pode levar ao aumento de peso, constipação intestinal (principalmente se o indivíduo não tomar quantidade suficiente de água) e pode levar a desconfortos gástricos, uma vez que retarda a saída dos alimentos do estômago. Além disso, o consumo excessivo de fibras pode interferir negativamente na absorção de minerais como cálcio e zinco.Dicas sobre como consumir a chia
A nutricionista Poliane Novaes recomenda consumir a chia como estratégia nutricional. Por exemplo, quando se ingere alimentos considerados de alto índice glicêmico (alta absorção), como arroz branco, tapioca, pães e massas de farinha branca, deve-se ingerir também a chia, pois ela tem o poder de diminuir a velocidade de absorção desses carboidratos. “Também recomendo o uso diário para pacientes com enfermidade ou que não costumam consumir peixes e frutos do mar. Nestes casos, a chia torna-se uam aliada na suplementação natural de ômega-3”. No entanto, ela volta a fazer um alerta para pessoas que tenham contraindicação, como no caso de pacientes com diverticulite.Formas de ingestão da chia:
Em forma de gel: deixe uma colher de sopa da semente de molho em 60 ml de água durante aproximadamente 30 minutos e use no preparo de mingau, sopas, batida em sucos ou em receitas de bolo e até adicionando a molhos de massas, por exemplo.Substitua os ovos das receitas:
o gel formado pela chia pode ser um ótimo substituto do ovo em receitas. Misturando uma colher de sopa da farinha de chia com 60 ml de água, você obtém uma quantidade de gel suficiente para substituir um ovo em qualquer preparação.Semente seca:
pode-se adicionar a semente a líquidos como sucos, iogurtes e vitaminas.Óleo da chia:
pode ser usado em saladas ou para regar a refeição quando já estiver no prato. O aquecimento do óleo de chia não é recomendado, pois o ômega-3 é facilmente oxidado com o calor, perdendo assim suas propriedades.Na forma de farinha:
a farinha pode ser misturada a frutas, sopas, mingaus e sucos de forma mais prática. Esta versão também pode substituir a farinha de trigo no preparo de receitas de pães e bolos. Outra boa pedida é comprar o grão, liquidificar, acondicionar a farinha em um pote e armazenar em geladeira para depois consumir junto da salada. Com informações do portal Minhavida.com.br