Roubo de carro à mão armada
Outra brasileira que recentemente experimentou a violência de perto e entrou para as estatísticas de Broward foi Maria Borges, que depois de 31 anos morando na Flórida teve uma arma apontada para a cabeça e o carro roubado ao chegar em casa em Fort Lauderdale, no dia 10 de fevereiro. Segundo Borges, dois menores encapuzados a abordaram assim que ela chegou em frente a sua casa por volta de 6pm e de um modo que jamais ela fosse imaginar que aconteceria. “Todos os dois meninos que não passam de uns 14 anos estavam com arma de fogo. Não tive tempo nem de desligar o carro porque, quando percebi, um já estava com a arma apontada nas minhas costas e o outro, que deveria estar escondido por ali, veio rapidamente. Não tive tempo de tirar nenhum objeto pessoal do carro, levaram tudo, bolsa, carteira, celular, documentos, tudo”, contou ainda assustada. “Foi horrível! Estou aqui há 31 anos e nem nos piores pesadelos poderia imaginar que isso pudesse acontecer comigo”. Borges conta ainda logo após a polícia foi acionada. Ela fez a ocorrência policial e o caso está sob investigação. Ainda nervosa com todo o acontecido, Borges ressalta a importância de tornar público para servir de alerta para a comunidade. “É preciso redobrar a atenção, infelizmente. O momento de sair e chegar em casa é crucial porque muitos desses bandidos ficam vigiando e esperam o momento certo. Muitas vezes estamos distraídos. É bom dar uma volta no condomínio antes de entrar em casa para ver se há alguém suspeito”, pondera. Uma vizinha disse ter visto três menores rondando os prédios dias anteriores ao assalto, segundo Borges. “As pessoas atualmente estão com carros melhores e isso chama a atenção de bandidos. A polícia mesmo disse que muitos desses adolescentes fazem parte de gangues. Eles vigiam e roubam porque não querem trabalhar e repassam os carros para revenda ou desmanche”, salienta. Sobre a mudança sentida no perfil do sul do estado, Borges destaca que a Flórida “era um paraíso quando cheguei, há 31 anos. Fort Lauderdale, de 10 anos pra cá, mudou muito. Não tinha tantas famílias com crianças e adolescentes como agora. Era uma cidade de aposentados, mas mudou muito e agora está igual Miami com bem mais gente e característica de cidade grande, e, consequentemente, mais criminalidade’. O caso segue sob investigação policial. O caso serve de alerta para a comunidade. “É preciso redobrar a atenção, infelizmente. O momento de sair e chegar em casa é crucial porque muitos desses bandidos ficam vigiando e esperam o momento certo”. Uma vizinha disse ter visto três menores rondando os prédios dias anteriores ao assalto, segundo Borges.Broward, Miami-Dade e Palm Beach
De acordo com dados do Florida Department of Law Enforcement, na primeira metade de 2017, o total de crimes em geral por condado no sul da Flórida foi de diminuição em Miami-Dade (de 54.056 para 53.938) e Palm Beach (de 24.172 para 23.804) e aumento em Broward (de 32.816 para 33.293). Detalhados, os crimes e números são:Estupro:
Broward: aumento de 279 para 309 (37 casos em Fort Lauderdale, 32 em Pompano Beach e 27 em Coral Springs); Miami-Dade: aumento de 406 para 442; Palm Beach: aumento de 276 para 295.Assassinatos:
Broward: aumento de 35 para 51; Palm Beach: aumento de 34 para 57; Miami-Dade: diminuição de 95 para 92.Roubos:
Broward: aumento de 1.304 para 1.319; Miami-Dade: aumento de 406 para 442. Palm Beach: diminuição de 875 para 830.Assalto à mão armada:
Broward: aumento nos casos, de 2.146 para 2.201. Miami-Dade: aumento de 4.547 para 4.645. Palm Beach: aumento de 2.039 para 2.231.Roubos a carro:
Broward: aumento de 2.694 para 2.925; Miami-Dade: aumento de 4.061 para 4.525. Palm Beach: aumento de 1.585 para 1.805. *Por Arlaine Castro e Marisa Barbosa.