
Brasileiros contestam cancelamento de cidadania italiana
A residência italiana permite que cidadãos de nacionalidade brasileira obtenham imediatamente – graças também à legislação “ius sanguinis” – a cidadania italiana e, consequentemente, o passaporte de um país da Comunidade Europeia que permite residir em qualquer país da UE. No entanto, a legislação exige que, para este procedimento, a residência habitual real no território do Estado seja verificada. Os funcionários públicos envolvidos, por outro lado, declararam falsamente a presença dos brasileiros em inspeções locais previamente acordadas, segundo o jornal italiano iL Giornale. Um dos membros do grupo teria convencido um padre da Província de Pádua, no Vêneto, a falsificar um atestado de batismo para um solicitante de cidadania italiana. O grupo atuava na falsificação de documentos, reconstruindo relações parentais de imigrantes italianos que, na realidade, nunca existiram. A operação foi coordenada pelo procurador Sveva de Liguoro, após a prefeitura de Macugnaga desconfiar do elevado número de brasileiros residentes na cidade. As cidadanias foram canceladas depois do escândalo envolvendo pagamento de propina a um policial da cidade de Ospedaletto Lodigiano.Itália cancela cidadania de mais de 800 brasileiros
As investigações duraram mais de um ano. O grupo gerenciava cerca de 60 apartamentos em cidades como Verbania e Novara, onde acomodavam os solicitantes de cidadania. Segundo informação da emissora Rai, publicada pelo Estadão, os criminosos mesclavam a atividade ilícita com as agências de turismo que administravam. Eles cobravam cerca de 7.000 euros (o equivalente a cerca de 30.000 reais) para um pacote que incluía a confecção dos documentos falsos, a residência na Itália, o auxílio no processo para a solicitação de cidadania e passeios turísticos.