Brasileiros levam sorrisos e alegria a hospitais e asilos da Flórida
O mundo precisa de pessoas que possam se doar umas às outras. E doar o tempo para fazer outra pessoa sorrir é o trabalho dos voluntários do “Dr. Smile´s Group”- onde cerca de 30 brasileiros que, inspirados no filme Patch Adams - O Amor é Contagioso (tradução em português) mostram como é importante a humanização com as pessoas ao redor. O grupo visita pacientes em hospitais, crianças autistas e idosos em centros de repouso no sul da Flórida, levando alegria e arrancando sorrisos de rostos muitas vezes tristes e cansados.
Uma das brasileiras que está à frente do projeto, Danila Vommero, 38 anos, há 10 mora na Flórida, é formada em Turismo e trabalha no Restaurante Brasil e detalhou ao GAZETA a história e o trabalho do grupo que triplicou este ano. “Em janeiro de 2014, juntamos alguns amigos com a mesma ideia – dedicar um tempo às pessoas que estão em hospitais e asilos no sul da Flórida. “Quando começamos, nossa primeira reunião tinha 5 pessoas. Tínhamos a mesma ideia baseada no filme do Patch Adams e o Dr. Smile – nos vestirmos de ´Doutores Palhaços´ pra poder levar alegria para as pessoas”, destaca.
A primeira visita foi em fevereiro de 2014 em dois asilos em Boca Raton e Delray Beach. Por meio das apresentações de balé, dança, capoeira e sempre com algum instrumento musical, os “doutores palhaços” conseguiram tirar sorrisos dos idosos. Dentre os centros visitados estão o Lake View Care Center (Delray Beach), Whitehall (Boca Raton), Signature Health Care (Tamarac), Olympic Heigths (Boca Raton), Livewell Coral Plaza (Margate) e o Broward Children's Center (Pompano Beach).
Corrente da alegriaComo uma corrente, amigos foram chamando outros amigos e com o passar dos anos o grupo cresceu e diversificou as atividades. “É um trabalho tão gratificante que chamei um amigo, o Guilherme, que é muito extrovertido e carismático. Além dele temos o Guto que é músico e também um instrutor de capoeira. Retomamos as visitas com bastante variedade nas apresentações”, conta Danila, que é a responsável por agendar as visitas com as instituições.
O grupo resolveu apresentar a capoeira aos pacientes, o que, segundo Danila, deu muito certo. “A capoeira é algo novo para eles, passa uma alegria pela música, o toque dos instrumentos e o mestre Pica-pau se junta dançando os passos mesmo da capoeira com alunos, é bem diferente”, conta.
Em 2017, o grupo inovou mais uma vez e crianças começaram a fazer parte. “Foi muito bom, teve uma aceitação imensa, tanto das crianças quanto dos idosos que interagem muito bem com muito carinho um com outro”, aponta Danila. “As crianças cantam e dançam, tanto elas quanto os pacientes adoram”.
Nesse ano, o grupo triplicou e conta atualmente com cerca de 30 voluntários: Danila Urbini Vommero, Guilherme Costa, Aline Barbosa, Roseli, Douglas e Giovanna Marcondes, Guto e Áurea Placucci, Alessandra Lino, Tatiana de Castro, Sula, Meirilene Araújo, Guilherme Bellotto, Mestre Pica-pau, Bruna Lopes, Marisa Lacerda, Ana Maria Rodrigues, Fernanda Felizola, Samara Nunes, Jeifa Kelly, Carlos Arcanjo, Renata Brando, Karen Cardoso, David Cancella. As crianças: Léo, Lorena, Pietra, JJ e Victória.
As visitas também aumentaram e são realizadas a cada 15 dias. Hoje o grupo vai a 5 asilos, um hospital infantil, uma classe de autistas e para 2018 já está na agenda também um orfanato.
“Cada um tem a sua contribuição e todos realmente ajudam, estão ali dedicando um pouco do seu tempo e carinho. Nem sempre estão os 30 nas visitas, geralmente 10 a 20 que se revezam, mas já chegamos a quase 30 em uma só visita”, salienta.
Danila faz questão de destacar que o grupo não é ligado a nenhuma instituição, empresa ou religião. “Somos apenas amigos que se juntaram com a mesma ideia de doar um pouco do tempo para levar alegria e sorriso para pessoas que estão em um momento triste e debilitado e precisando de carinho. Sabemos que falta afetividade para o povo daqui. No Brasil há carência da parte social e aqui da parte afetiva”, menciona.
Na Flórida há 10 anos, a professora Tatiana de Castro, 43 anos, é uma das voluntárias. “Faço apresentação como palhaça e é uma grande satisfação participar desse grupo e fazer parte dessa equipe que leva alegria e entretenimento para pessoas que muitas vezes são esquecidas pelos entes queridos”, relata.
Para a educadora, essas pessoas esperam algum tipo de carinho e reconhecimento e é isso que o grupo se propõe a fazer. “Nós doamos nosso tempo, carinho e dedicação e faz um bem danado se doar, fazer o bem sem olhar a quem. É muito bom e enche nosso coração de amor”, conclui.
Tatiana aponta ainda que o carisma do povo brasileiro deve ser aproveitado da melhor forma. “Esse projeto deve servir como inspiração e motivação para que outras pessoas possam sentir a vontade e necessidade de servir sem recompensa financeira. A recompensa vem na alma. O jeito carismático brasileiro contagia pacientes e enfermeiras”, conclui.
A expectativa do grupo para 2018 é continuar nesse ritmo ou até aumentar. Danila conta que neste fim de ano foram realizadas quatro visitas especiais de Natal e o grupo retomará os trabalhos no dia 18 de janeiro com visita já agendada para uma turma de crianças autistas.
Os trabalhos dos voluntários podem ser acompanhados pela página do grupo no Facebook “Dr. Smile´s Group”, onde há vídeos e fotos das visitas.