As viagens aumentam consideravelmente no período de fim de ano com recesso e férias escolares. Por isso, os casos de malas extraviadas, saqueadas e quebradas em viagens aéreas não são incomuns, principalmente, nessa época.
Brasileiros que viajam dos Estados Unidos para o Brasil relatam a dor de cabeça de terem as bagagens saqueadas. A carioca Val Campello, 45 anos, que frequentemente divide seu tempo entre EUA e Brasil, relata o pesadelo de ter tido as quatro malas saqueadas no final de novembro, quando foi com o marido Dilson Braga Mendes para passar as festas de fim de ano com a família no Rio.
“Saímos no dia 26 de novembro de Nova York e chegamos no Rio de Janeiro no dia 28, pela companhia aérea Avianca, com duas conexões, uma em Bogotá, na Colômbia, e outra em Lima, no Peru”, conta.
Campello e o marido foram surpreendidos na chegada ao Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), com as quatro malas completamente destruídas, rasgadas por estilete e quebradas, “literalmente arrombadas”, disse.
O casal, em estado de choque, procurou o guichê da companhia aérea, onde foi feita uma ocorrência por escrito para conserto das malas, embora não concordasse porque a situação das malas não tinha “conserto”.
Somente quando chegaram em casa é que eles perceberam que haviam sido furtados, como cremes, perfumes, brinquedos, cartão de memória, tênis, roupas, inclusive íntimas novas e usadas, presentes, produtos para cabelos, entre outros. “Alguns produtos que ficaram ainda estavam quebrados”, relata.
“O prejuízo é grande, mas a tristeza é maior com a falta das coisas pessoais, dos enfeites da nossa árvore de Natal e dos presentinhos escolhidos com tanto carinho que não serão entregues, me deixaram indignada, triste e sem muitas palavras”, desabafa Campello.
Indignado, o casal abriu reclamação junto à Avianca, porém, quase um mês depois, somente tiveram as malas buscadas para “conserto” e nenhum outro retorno da companhia até o momento.
Como se precaver
Outros brasileiros também já passaram por problema semelhante. A mineira Sara Anjos, 44 anos, viajou de Orlando para Belo Horizonte com conexão em Campinas no final de abril deste ano e conta como conseguiu ganhar o processo na Justiça contra a companhia aérea Azul.“Após a conexão em Campinas, em BH, nossas malas foram as primeiras na esteira, mas estava faltando uma das seis e um dos dois sacos despachados. A mala que faltava estava em uma esteira da TAM, e toda arrombada, sem o cadeado e faltando cinco quilos”, conta.
Anjos entrou com processo por danos morais e materiais contra a Azul e ganhou. “O que oriento a quem vai viajar é se resguardar com fotos, por exemplo. Eu tive provas porque tirei fotos da mala, da balança e tinhas notas fiscais dos produtos que foram furtados”, conta.
As companhias aéreas orientam que o passageiro faça a conferência da etiqueta de identificação e a condição da bagagem antes de despachá-la e, caso aconteça, faça a reclamação por escrito. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em nota, informou que o passageiro precisa registrar no balcão da companhia antes de deixar a área de desembarque. Se não conseguir resolver, a pessoa pode registrar a reclamação na Anac.
Em contato com o Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, a informação que obtivemos da assessoria de imprensa foi de que a responsabilidade pelas bagagens despachadas é das próprias companhias aéreas e qualquer esclarecimento acerca de questões dentro deste processo deve ser feito direto com as mesmas.
Até o fechamento desta edição, a companhia aérea Avianca, responsável pelas bagagens do casal citado nesta matéria, não respondeu ao contato do GAZETA.