Brasileiros com diploma emigram mais, diz estudo
A proporção de brasileiros com diploma universitário que vai viver no exterior é cinco vezes maior do que a média do país, segundo um estudo do Banco Mundial sobre os efeitos da migração internacional.
Estima-se que 0,43% da população brasileira viva em outros países.
Entre as pessoas que completaram a universidade, porém, esta parcela é de 2,2% --e, segundo o autor do estudo, o economista Maurice Schiff, está crescendo.
"As pessoas com nível superior emigram mais do que os outros", diz Schiff.
EUA e UE
O economista nota que, em 1990, o total de emigrantes brasileiros era equivalente a 0,27% da força de trabalho do país.
Em números absolutos, o total de emigrantes mais do que dobrou, de 180.630, em 1990, para 370.511, em 2000. O estudo não tem estatísticas dos últimos cinco anos.
"Embora os números sejam muito baixos, a proporção cresceu muito na década de 90", analisa Schiff, que diz, porém, que a chamada "fuga de cérebros" não é um problema grave para o Brasil.
Entre os países da América Latina, os brasileiros são os que mais conseguem empregos compatíveis com a formação que tiveram.
Uma pesquisa feita em 2000 com homens adultos que chegaram aos Estados Unidos nos anos 1990 mostra que, entre os brasileiros, 51% ganhavam a vida em empregos que exigiam a qualificação que tinham.
Em outros países da região, a média é em torno de 30%.
A pesquisa também mostra que os 15 países que faziam parte da União Européia antes da mais recente expansão e os Estados Unidos recebem juntos 91% dos emigrantes com nível superior que deixam o Brasil.
Os dados também mostram que, entre 1990 e 2000, aumentou a proporção dos brasileiros com nível superior que vieram para os Estados Unidos, e diminuiu a parcela dos que foram para países europeus.