Brasileiros atingidos na região do Katrina
A devastadora passagem do furacão Katrina pelo Sul dos EUA também atingiu algumas famílias no Brasil. Duas famílias conseguiram contato, porém, estão apenas em parte aliviadas: o relato que ouviram da realidade dentro do Superdome, o estádio onde se concentraram milhares de desalojados, é assustador e muito diferente do que mostraram algumas redes de TV americanas.
Por telefone, duas brasileiras falaram que haviam muitos mortos no local, escassez de água e comida e cenas de disputa por sobrevivência.
Até casos de suicídio elas chegaram a relatar.
A publicitária Mônica Vassão, de 25 anos e a amiga Letícia Figueiredo Alves da Silva Campos, de 21 anos, refugiaram-se no Superdome, gigantesco estádio de futebol americano para onde foram levados milhares de desalojados de New Orleans, na Louisiana.
A publicitária, que faz intercâmbio cultural nos EUA, relatou que, na arena esportiva, haviam mortos e faltou água e alimentos. O que restou, disse ela, foi sendo disputado com ferocidade pelos sobreviventes.
“Há gente morta no Superdome e estavam se formando grupos rivais para disputar o pouco de água e comida que ainda restava. Eles estão brigando entre si, estão se matando. Algumas pessoas não estão suportando o sofrimento e estão se suicidando.” Ela disse que haviam mais de mil mortos no estádio e que, quando ficava escuro, haviam atos de vandalismo.
“Ela vê muita confusão, mas está procurando ficar com um grupo de uns 50 estrangeiros para tentar se defender”.
Embora seguros e abrigados, o também brasileiro Antônio Medalha e a esposa, não viam a hora de deixar o hotel em que estavam hospedados em New Orleans. Eles reclamaram que as autoridades locais não estavam sendo ágeis no trabalho de resgate e auxílio das vítimas. O plano dos dois era tentar seguir até a cidade de Baton Rouge, onde estariam a salvo.