Brasileiros ainda têm pouca participação nas eleições dos EUA

Por Marisa Arruda Barbosa

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Lideranças da comunidade brasileira ainda sentem pouco interesse dos brasileiros cidadãos americanos em participar das eleições dos Estados Unidos. No começo de outubro, o Brazilian Business Group (BBG) se uniu com equipes da supervisão de eleições de Broward e Palm Beach para registrar brasileiros. Mas a procura, segundo Regina Valente, foi pequena.

“Não houve uma procura significativa, mas nos comprometemos a nos esforçar de baixo para cima para registrar mais eleitores e criarmos uma representação maior dos brasileiros nas eleições que estão por vir”, disse Regina. “Pudemos estabelecer um compromisso de trabalhar a longo prazo e, quem sabe, construir isso nos próximos três, cinco anos?”.

Segundo Regina, os cubanos são os que mais aproveitam-se dessa representatividade política, mas grupos hispânicos têm um problema parecido com os brasileiros: a falta de unidade. “Um povo no qual devemos nos espelhar é o haitiano. Há três anos, eles começaram uma grande campanha de politização e o grupo já posicionou três candidatos. Eles não venceram, mas isso demonstra o quanto estão um passo a frente de nós, brasileiros”, disse Regina.

Embora brasileiros ainda tenham pouca representatividade, o candidato a deputado federal no Congresso, o republicano Joe Kaufman, do condado de Broward, reconhece a presença canarinha na região. “Eu pretendo reforçar o relacionamento entre o Brasil e Estados Unidos, e lutar para trazer prosperidade e segurança para a comunidade e o distrito”, disse o candidato, que disputa o cargo com a democrata Debbie Schultz.

Além do governador do estado, eleitores escolhem, nas eleições de meio período, deputados federais, senadores estaduais e federais; procurador geral do estado, juízes, comissionados locais e várias emendas constitucionais. Uma emenda que tem gerado discussão é a liberação do uso da maconha para fins medicinais.

“Em uma democracia, a coisa mais importante é que todos saiam para votar, pois se não escolhermos nossos representantes, seremos representados por aqueles que podem não ser o melhor para nossos anseios”, disse o mineiro José Peixoto, candidato a comissioner no condado de Monroe e que foi candidato ao Congresso em 2012. “Assim como as eleições presidenciais, a eleição de meio período são de vital importância”.

Resultado das eleições legislativas será crucial para o governo Obama

As eleições de meio de mandato do dia 4 de novembro representam um momento crucial para o presidente Barack Obama, que precisa manter o controle do Senado e superar a avalanche de críticas à sua política externa. O mapa político que surgir dessas eleições será o cenário dos últimos dois anos de mandato do presidente democrata.

Para o Partido Republicano, essas eleições representam a oportunidade de recuperar o controle do Senado e expandir seu domínio na Câmara de Representantes. Já para o Partido Democratas, o que está em jogo é conseguir driblar os baixos percentuais de aprovação ao governo Obama.

Os dois partidos veem bons resultados no voto antecipado

Com quase dois milhões de votos computados em uma semana antes do dia da eleição, republicanos continuam na liderança, mas democratas também estão surgindo com bons números. Charlie Christ é o candidato democrata ao governo, e Rick Scott, atual governador republicano do estado, concorre pela reeleição.

Os republicanos têm 45.1% dos votos, enquanto democratas têm 37.9%. Isso representa aproximadamente 142 mil votos a mais para os republicanos dos 1.97 milhões de votos antecipados até o fechamento desta edição, de acordo com o “Sun Sentinel”.

Para se informar sobre as eleições na Flórida, acesse:

www.election.dos.state.fl.us.

Para informações por condado, acesse: Palm Beach: www.pbcelections.org Broward: www.browardsoe.org Dade: www.miamidade.gov/elections Monroe: www.keys-elections.org Orange: www.ocfelections.com Seminole: voteseminole.org Osceola: www.voteosceola.com Brevard: www.votebrevard.com

No Senado, os democratas têm 53 cadeiras, contra 45 dos republicanos, enquanto dois congressistas de origem democrata se consideram independentes.