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Brasileiro que contribuía para o ICE pode ser deportado
O brasileiro Renato Filippi, de 58 anos, mora em Manchester, New Hampshire, contribuiu com a agência de imigração americana por pelo menos 15 anos, em um acordo feito para poder permanecer nos Estados Unidos, mas teve ordem de deportação expedida em apresentação de rotina à agência Immigration and Customs Enforcement (ICE), de New Hampshire. Com a deportação marcada para o dia 6 de novembro, o brasileiro agora luta na justiça para não ser deportado e entrou com um processo contra a decisão. Tão logo chegou em solo americano, ao cruzar ilegalmente a fronteira dos EUA com o México em 2002, o brasileiro foi pego pelos agentes e, para não ser enviado de volta ao Brasil, fez um acordo com a imigração americana. Durante todos esses anos, Filippi então colaborou com informações sobre coiotes – os chamados “atravessadores” e organizadores do “tráfico humano” para as autoridades americanas, em troca recebeu autorização para trabalhar, licença de motorista e número de social security. O advogado de imigração que representa Filippi, George Bruno, prepara um recurso junto ao U.S. First Circuit Court of Appeals (Tribunal de Apelações do Primeiro Circuito dos EUA) em Boston e buscará outras maneiras legais de o brasileiro permanecer no país. “Ele tem sido uma enorme ajuda para o governo dos EUA. Ele não é a pessoa que deveria ser deportada", defende o advogado. “Ele contribuiu com a imigração americana, ajudou a prender criminosos todos esses anos, viveu e trabalhou legalmente em Manchester desde 2003, mas está sendo alvo de deportação depois que as políticas de imigração de Trump reestruturaram a aplicação das leis americanas”, explica o advogado, que entrou com uma ação contra o governo Trump e o ICE. O brasileiro alega correr risco de morte caso seja deportado para o Brasil porque já delatou e ajudou na prisão de coiotes e outras pessoas envolvidas com tráfico humano para os EUA, por isso, o processo envolve também o pedido de visto S-5 ou U que aplicam-se a testemunhas e vítimas de delitos. Entretanto, o caso não está fácil de resolver e na última quarta-feira, dia 11, um juiz federal determinou que falta de jurisdição no caso e, portanto, cancelará a ação judicial movida pelo advogado. Um memorando será emitido pela justiça. Filippi trabalha atualmente como gerente de operações de quatro empresas, sendo a maior delas o Morgan Self Storage em Manchester Millyard, e tem em seu patrão um aliado. Charlie Morgan, residente em Bedford (NH), dono das empresas, afirma que o brasileiro é muito bom profissional e é “responsável, trabalhador e disciplinado”. Através de um porta-voz, o ICE informou que não comenta litígios pendentes. “Entretanto, a falta de comentário não deve ser entendida como acordo ou estipulação de qualquer uma das alegações”, disse o porta-voz Shawn Neudauer. As informações são do jornal New Hampshire Union Leader.