O brasileiro de 22 anos, Francisco Fernando Cruz, preso em Miami, no dia 9, por suspeita de enviar mensagens de ameaças de bomba em voo para a polícia e à companhia TAM Linhas Aéreas, pode pegar uma pena máxima de cinco anos de prisão, além de pagar multa de $250 mil dólares.
Cruz teve uma audiência preliminar, no dia 14, e a Justiça não determinou fiança para o brasileiro. Ele aguarda preso a próxima audiência, marcada para 24 de janeiro.
Em depoimento, Francisco confirmou ter enviado os emails e explicou que só fez isso para verificar se as autoridades teriam condições de identificar o remetente.
O FBI publicou a queixa em seu site, no dia 13. Segundo a publicação, Francisco, que mora há dois anos em Montclair, em New Jersey, enviou, no dia 8, um e-mail ao Departamento de Polícia de Miami (MDPD) e à TAM Linhas Aéreas alertando sobre a existência de uma bomba em um avião da empresa. A mensagem dizia: “Flight must not take off. Targeted. It will go down. Retaliation. Cargo is dangerous. Be advised” (Voo não deve decolar. Marcado. Vai cair. Retaliação. Carga é perigosa. Estejam avisados). O voo seria o de número JJ8043, que partiria de Miami com destino a Brasília no dia 10.
Segundo o FBI, o primeiro email foi enviado no dia 8, quando o Departamento de Polícia de Miami rastreou a origem da mensagem e concluiu que ela foi enviada de um computador na Montclair State University, em Montclair, New Jersey. A polícia teve acesso às imagens que mostram o terminal de computador usado para enviar a mensagem.
No dia 9, a mensagem teria sido enviada novamente. O brasileiro embarcou no mesmo dia em Nova York com destino a Miami, onde foi preso ao desembarcar. “O FBI e seus parceiros levam ameaças desta natureza muito a sério”, disse o agente Michael B. Steinbach ao site.
Em nota, a assessoria da TAM Linhas Aéreas, afirmou que foi notificada pelas autoridades do EUA sobre a suposta presença de bombas a bordo de uma de suas aeronaves e, “para garantir a segurança dos clientes e da tripulação, a companhia, como já fez em outras circunstâncias de alarme falso, reforçou a inspeção de todas as cargas despachadas, assim como aos passageiros.”, diz a nota. Ainda segundo a TAM, após investigações, foi confirmada que a ameaça era falsa.
A mãe do estudante, Cláudia Cruz, diz que está desesperada por não conseguir falar com o filho desde sua prisão.
“Eu só queria ouvir a voz do meu filho dizendo que está tudo bem, que ele está sendo bem tratado”, diz a mãe do rapaz. “Eu não tenho como ir para lá e não sei o que fazer. Estou desesperada sem saber como o meu filho está”.
Cláudia diz que o filho já tinha um emprego certo no Brasil e que não acredita nas acusações. “Eu tenho certeza de que tudo isso não passa de um mal entendido. Meu filho não é terrorista, isso foi uma brincadeira”, afirma.
As informações do “G1” e “UOL”.