Dois imigrantes, sendo um deles brasileiro, que estavam sob custódia do Immigration and Customs Enforcement (ICE) morreram na semana passada, de acordo com a agência federal.
As mortes são a segunda e terceira desde 1º de outubro, e entram para a estatística logo no início do ano fiscal de 2017. No ano fiscal de 2016 foram 10 mortes no total.
Conforme informações do ICE, o brasileiro Wenceslau Esmerio Campos, de 49 anos, morreu no dia 25 de novembro no Hospital Metodista de San Antonio, no Texas, após sofrer uma parada cardíaca fatal.
O brasileiro, cujo registro eleitoral e dados pessoais constam a cidade de Tarumirim, região leste de Minas Gerais, chegou a ser deportado em 2009.
Campos entrou nos Estados Unidos pela primeira vez em 2003 e foi preso pela Customs and Border Protection (Proteção de Fronteiras e Alfândega). Encaminhado para o Centro de Detenção de Port Isabel em Los Fresnos, Texas, foi solto meses depois no mesmo ano. Em 2004, um juiz de imigração decidiu que Campos fosse deportado, mas o brasileiro não compareceu à corte e permaneceu no país.
Tempos depois, o brasileiro foi preso e condenado três vezes entre 2005 e 2008 por dirigir embriagado. Na terceira instância, ele informou um nome falso e foi condenado a 60 dias de prisão. Após sua libertação, Campos foi transferido para o ICE e deportado de volta ao Brasil em 2009.
No dia 23 de outubro desse ano, Campos entrou ilegalmente nos Estados Unidos perto de Hidalgo, no Texas. Ele foi detido por agentes da Patrulha de Fronteira e levado para o Complexo de Detenção do Sul do Texas, em Pearsall. Exatamente um mês depois da detenção, Campos foi levado a um hospital local devido a dores no peito e chegou a ser transferido para outro maior, mas não resistiu.
A terceira morte do ano fiscal de 2017
Outra imigrante que tentou entrar ilegalmente pela fronteira faleceu no último domingo, 27. Raquel Calderon de Hidalgo, guatemalteca de 36 anos de idade, morreu no Banner Casa Grande Medical Center, perto de Phoenix, após sofrer repetidas convulsões. Como parte do protocolo federal, será realizada autópsia para descobrir a causa da morte. Calderon foi detida em 17 de novembro, perto de Robles Junction no Arizona, por agentes da Patrulha de Fronteira e transferida na semana seguinte sob custódia do ICE para o Eloy Detention Center, a cerca de 60 milhas a sudeste de Phoenix, a qual a República do Arizona apelidou de "o mais mortífero centro de detenção de imigrantes do país". Calderon estava aguardando a deportação para a Guatemala. De acordo com dados do ICE, quinze detidos em Eloy morreram sob sua custódia desde 2003 - o maior número em qualquer centro de detenção no país. Essas 15 mortes representam cerca de 9% dos 165 imigrantes detidos que morreram sob a custódia do ICE nesse período, informou a República do Arizona. Eloy tem uma capacidade oficial de pouco menos de 1.600 detidos - 0,36% das 441 mil pessoas que estavam detidas pela agência de imigração em mais de 200 instalações em todo o país em 2013. Os Consulados do Brasil e Guatemala foram avisados sobre as mortes. Fonte: Washington Examiner