Mansões em Miami e NY
Desde dezembro de 2017, segundo documentos apresentados por Cohen, o empresário teria comprado um apartamento em Manhattan, Nova York, por US$ 6.5 milhões, uma casa em Miami por US$ 3.5 milhões e um barco de 64 pés (19.5 metros) por US$ 1.1 milhão. Ele possui ainda dois imóveis em Boston (MA) que juntos totalizam US$ 2.3 milhões. “O dinheiro utilizado nessas compras vem de contas localizadas em paraísos fiscais (offshore) nas Ilhas Virgens, citadas na Operação Encilhamento”, aponta o advogado. “Tem muitas outras coisas que estão mais escondidas, mas o principal é saber que ele é foragido da justiça que leva vida de milionário aí nos EUA à custa desse dinheiro todo que tirou de quem vai precisar para se aposentar no Brasil, o que é um absurdo”, completa Cohen. Além disso, em abril desse ano, já com a prisão preventiva decretada pela polícia, o empresário teria conseguido fazer uma transação imobiliária no Brasil, na qual se vendeu um apartamento no Jardim Paulista por R$ 1.199 milhão, por meio de outra empresa pertencente à ele- Immobiliare. Reginatto teria obtido a autorização de trabalho em setembro do ano passado, válida por um ano, e está em vias da obtenção do Green Card. Segundo Cohen, as informações denunciando o empresário brasileiro foram enviadas também para o Federal Bureau of Investigation (FBI) e também para o U. S. Immigration and Customs Enforcement (ICE). “As investigações no Brasil já estavam caminhando, mas acredito que agora, sabendo que ele está em via de se legalizar nos Estados Unidos, as autoridades brasileiras e americanas irão fazer algo a respeito, uma vez que se trata de um brasileiro que está levando uma vida de luxo e tentando se legalizar enquanto é foragido da justiça em outro país”, menciona.Operação Encilhamento
A Operação “Encilhamento” da PF é um braço da investigação da Lava Jato “Papel Fantasma”, que foi deflagrada em julho de 2017 e iniciou a investigação de fraudes na “indústria” de fundos de pensão de diversas cidades. Além de Reginatto, em abril a PF emitiu outros 19 mandados de prisão em nome dos suspeitos, que incluem o ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, Fernanda de Lima, presidente da empresa Gradual, que estão presos. “Na verdade, ele não imaginava que eu conseguiria nomes de empresas offshores e outras documentações sobre os investimentos dele em paraísos fiscais que ele começou em 2012, numa época em que estava no auge, mas que, inclusive, terminou com políticos que hoje estão presos”, cita Cohen. Em 2014, Reginatto foi candidato a Deputado Federal pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), mas não foi eleito.