Um brasileiro em Miami, com empresa de exportação e importação "de fachada", é um dos suspeitos de ter enviado os 60 fuzis apreendidos na quinta-feira , 1º, no Rio, na maior apreensão do armamento no Estado em dez anos.
De acordo com o Departamento de Polícia Especializada, a polícia americana foi avisada e está tentando achá-lo. “Ele tem uma empresa 'demo oficial' em Miami, de fachada", disse o delegado Marcelo Martins, da DGPE. De acordo com a polícia, o responsável pelo envio da carga teria o nome de Frederik Barbieri, tem dupla cidadania, mora em Miami e é investigado há sete anos.
Policiais da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), descobriram os 60 fuzis de guerra, além de munições, dentro de containers junto com uma carga de oito aquecedores para piscinas, no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
Os equipamentos aguardavam liberação da receita federal, após chegarem em dois voos de Miami. Todas as armas estavam com a numeração raspada. As declarações de importação têm datas de 23 e 30 de maio. Não foi divulgado o nome da companhia aérea e a polícia disse não ter detalhes sobre o procedimento de embarque da carga no aeroportode Miami.
A carga estava no Terminal de Carga do Galeão há cinco dias e não havia passado pelo raio-x do aeroporto internacional e iria entrar na cidade, não fosse a investigação da polícia. Dentro dos aquecedores havia mais de 60 armas de guerra, entre elas: 45 AK47, 14 AR10 e 1 G3, que valem mais de R$ 4 milhões, informou a Polícia Civil. Ainda segundo a corporação, o aparato bélico é vendido por 50 a 70 mil cada um no mercado do crime.
Segundo investigadores, a quadrilha já pode ter trazido outros 30 carregamentos como este para o Rio, o que dá mais de 1.800 fuzis.
Dos quatro presos no Brasil, Luciano de Andrade Faria, dono de uma transportadora; o despachante Márcio Pereira; João Vítor da Silva Rosa, que seria o responsável por revender as armas no Brasil; e José Carlos dos Santos Lins.As investigações que levaram a apreensão da última quinta começaram após a morte de um policial militar em São Gonçalo, no ano de 2015. "Essa investigação tramita há mais ou menos 2 anos. Ela começou a partir da investigação do homicídio de um PM que morreu vítima de um assalto. A partir disso, a polícia seguiu rastro da arma utilizada e descobriu essa quadrilha", contou o delegado.
Com informações do G1.