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Brasileiro “dreamer” de Orlando tem história contada em livro sobre imigração
Felipe chegou aos EUA com 14 anos e hoje trabalha para em um centro de apoio às vítimas da boate Pulse, em Orlando O livro The Making of a Dream: Como um grupo de jovens imigrantes indocumentados ajudou a mudar o que significa ser americano, da jornalista Laura Wides-Muñoz, aborda a questão dos jovens indocumentados nos Estados Unidos. Lançado na última semana em Coral Gables, conta a história de cinco “dreamers” - um deles é o brasileiro Felipe Sousa, que mora em Orlando, mas nasceu no Rio de Janeiro e chegou a Miami em 2001, aos 14 anos de idade. Ativista fervoroso das causa imigrante, Felipe mora atualmente em Orlando onde trabalha como Manager of Collaborative Partnerships para o prefeito da cidade, Buddy Dyer, na Orlando United Assistance Center. Em entrevista ao GAZETA NEWS, Felipe conta um pouco sobre sua trajetória como ativista das causas imigrantes. Gazeta News - Quando conseguiu ser beneficiado pelo programa? Felipe Sousa - Eu fui beneficiado pela DACA em 2012, porém no fim de 2014 eu consegui o meu Green Card através do meu casamento. Em 2013, quando aCorte Suprema declarou que o "Defense for Marriage Act" (DOMA) era inconstitucional. DOMA era uma lei aprovada em 1996 que determinava que o casamento gay em um dos estados aonde era legal não teriam os mesmos direitos federais, por isso eu só consegui o meu Green Card em 2014 embora tenha me casado em Boston em 2012. Já estou começando o meu processo para cidadania americana esse ano. GN - Em que o DACA te ajudou e qual a importância dele para os jovens indocumentados? FS - Através do DACA eu tive a oportunidade que conseguir um trabalho melhor, terminar a faculdade, tirar uma carteira de motorista, e social security number. O DACA é essencial para liberdade financeira dos que a tem e para que esses jovens possam viver sem medo da deportação. GN - Como um ativista das causas imigrantes, o que você acha da política imigratória do atual presidente para todos os imigrantes em geral e também focado à comunidade brasileira nos EUA? FS- O Presidente Trump foi bem claro durante a sua candidatura e tem feito o que prometeu. Ele tem um plano de destruir milhares de famílias através da deportação e politicas de imigração racistas aonde pessoas da América Latina, África, e do Caribe são consideradas menos e os nossos direitos humanos não são respeitados. Ao invés de construir um muro, o presidente deveria usar esse dinheiro para reconstruir Porto Rico e ajudar as pessoas pobres nesse país. Nós precisamos de pontes que nos une não muros que nos separem. GN - Como é ter sua história de vida contada em um livro americano? FS - É um pouco estranho ter a minha história em um livro, mas ao mesmo tempo me sinto orgulhoso do sacrifício coletivo feito pelos os jovens indocumentados nos EUA. Esse livro demonstra que a luta coletiva pode mudar politicas internas nos EUA. Eu cresci pobre no Rio, sou filho de uma mãe solteira que trabalhava como empregada doméstica. Se eu consegui ajudar a mudar leis qualquer um também pode fazer uma diferença através da união das nossas comunidades imigrantes. GN - Que recado você deixa para jovens brasileiros que lutam como indocumentados nos EUA? FS- Eu encontrei a minha esperança no movimento jovem de imigrantes. Esse movimento me deu luz, me deu um propósito novo, e através dele eu encontrei pessoas que estavam passando pelo o mesmo problema que eu estava. Ou seja, você não está sozinho (a), entre todos podemos mudar o mundo inclusive a nossa circunstância imigratória. Visitewww.unitedwedream.orgou acessehttps://www.facebook.com/SWER.ORG/para encontrar com outros jovens indocumentados. Somos milhares de pessoas por todo o país lutando para um futuro melhor para a nossa comunidade. Junte-se a nossa luta!