EUA: Crianças imigrantes alegam abusos em abrigos
Ele orientou o filho de que ficariam separados, mas somente por alguns dias e, como já se passaram quase um mês, está preocupado com a criança. “Veja filho, vou ficar longe três dias, cinco no máximo, e depois vou vê-lo de novo. Ele chorou e me abraçou. É um bom garoto, nunca esteve longe de mim ou da mãe”, disse o pai. Dez dias depois, o brasileiro soube que o menino havia sido enviado para uma unidade de imigrantes em Chicago, em Illinois. Ele procurou ajuda em um serviço de auxílio jurídico por telefone e conseguiu conversar por 20 minutos com o filho, que revelou ter conseguido falar com a mãe no Brasil. A mãe do garoto disse à Associated Press que o filho tem autorização para fazer ligações às segundas e às quintas, por no máximo 30 minutos por vez. A mulher afirmou que o garoto está mais calmo do que aparentava nos primeiros contatos, mas que ele permanece ansioso e toma remédio para hiperatividade, que continuou oferecido durante a detenção.Pelo menos 49 brasileiros estão entre os menores separados dos pais na fronteira
Os pais disseram que questionam insistentemente as autoridades de imigração sobre quando poderão rever o filho, mas até o momento não há uma resposta conclusiva.Mesmo depois do presidente ter assinado ordem executiva para manter familiares e crianças juntos nos abrigos. As informações sobre o brasileiro e seu filho foram repassadas pelo próprio por telefone à Associated Press a partir do Centro Correcional de Cibola County, na cidade de Milan, no Estado do Novo México, nesta sexta-feira, 22. Ele disse também que entrou com pedido de asilo nos Estados Unidos e concordou em falar sob a condição de anonimato. Ele teme pela sua vida se retornar ao Brasil porque disse ter contraído uma dívida de R$ 30 mil e estar sendo perseguido por uma organização criminosa, mas não revelou mais detalhes sobre a questão. Como perdeu recentemente o emprego em uma padaria, ele resolveu tentar a vida nos Estados Unidos e mandar dinheiro para a família no interior de Minas. Ele deixou uma mulher e um outro filho de três anos.Processo
A advogada Karen Hoffmann que atua em uma organização sem fins lucrativos que ajuda imigrantes ingressou com diversas ações em nome do menino de nove anos e de um outro brasileiro, um adolescente de 15 anos que também foi separado do pai. Os processos alegam que a separação das famílias é ilegal, e pedem o reencontro delas. "Estamos ingressando com essas ações porque o que essas famílias estão vivendo é uma farsa. Ninguém sabe como será a reunificação. O governo certamente não sabe”, disse Hoffmann. Com informações da Associated Press.Após polêmica, Trump encerra separação de famílias na fronteira