Brasileiro se declara culpado em esquema de lavagem de dinheiro nos EUA

Por Gazeta News

dolar pixabay

Em nova audiência realizada dia 11 deste mês em Massachusetts, sobre um dos maiores esquemas de pirâmide financeira no mundo, a TelexFree, o brasileiro Cleber Rene Rizerio Rocha,detido desde janeiro deste ano sem direito a fiança, se declarou culpado das acusações de conspiração e lavagem de dinheiro.

A prisão de Cleber levou as autoridades a descobrirem $17 milhões escondidos sob um colchão, em Massachusetts, e o caso ganhou ainda mais notoriedade.

A polícia investigava o esquema há anos e descobriu que a TelexFree, com sede em Marlborough (MA), funcionava como um esquema de pirâmide financeira, e quase não lucrava com as vendas do sistema de telefonia VOIP que dizia ser o objetivo, segundo os promotores. A empresa arrecadou milhões de dólares de milhares de pessoas que eram recrutadas sob a promessa de que ganhariam dinheiro. A Telexfree foi fundada pelo americano James Merrill e o brasileiro Carlos Wanzeler – que fugiu para o Brasil.

Em 2014 a empresa começou a decair e gerou mais de $3 bilhões em prejuízos para quase dois milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com os promotores.

O americano Merrill foi preso ainda em 2014 e condenado em março deste ano a seis anos de prisão, depois de se declarar culpado pelas acusações de conspiração e fraude.

Ex-presidente da Telexfree é condenado a seis anos de prisão

Envolvimento de Cleber com Wanzeler

A alegação da promotoria é que Cleber estaria ajudando Carlos Wanzeler a recuperar os milhões de dólares deixado para trás quando fugiu para o Brasil, resultado da lavagem de dinheiro das contas da TelexFree.

Em meados de 2015, Leonardo Casula Francisco, sobrinho de Wanzeler, pediu uma testemunha (nome não divulgado) para ajudar a transferir o dinheiro escondido em Boston para fora dos Estados Unidos, aponta a acusação.

Rocha então seria enviado aos Estados Unidos em dezembro de 2015 para entregar o dinheiro à testemunha, que o enviaria para contas em Hong Kong, onde seria transferido para o Brasil, disseram os promotores.

No dia 4 de janeiro, Rocha, que estava sendo monitorado pela polícia, foi descoberto entregando US $ 2,2 milhões em uma mala à testemunha e depois disso os agentes federais o seguiram até um complexo de apartamentos de Westborough, Massachusetts, onde Rocha foi preso e ajudou os agentes a encontrar US $ 17 milhões escondidos sob um colchão, segundo os promotores.

No Brasil, Wanzeler, que tem residência no Espírito Santo, pode se beneficiar pela Constituição do país, que impedea extradição de brasileirospara o exterior.

Com informações da Reuters.