O brasileiro Kayke Luan Ribeiro Guimarães foi condenado a 8 anos de prisão na Espanha por ligação com o grupo extremista islâmico.
Preso em 2014 aos 18 anos na fronteira da Bulgária com a Turquia, o jovem mostrou sua devoção ao grupo em carta de despedida que deixou para a namorada antes de partir rumo à Síria naquele mesmo ano.
Ele foi pego antes de conseguir cumprir o objetivo de se unir ao Estado Islâmico na Síria, segundo afirma a sentença da Justiça espanhola que reproduziu o texto durante a sentença de terça-feira, 10. O jovem goiano afirma que a guerra santa (jihad) é a "causa maior" de sua partida.
O brasileiro nega envolvimento com o grupo e diz que ia ao país para ajudar mulheres e crianças. Mas ele confirma ter deixado a mensagem, segundo a documentação divulgada pelas autoridades espanholas.
"Perdoe-me por não ter cumprido minha promessa, mas é por uma causa maior e você sabe (Jihad). Sempre será minha menina e a luz dos meus olhos. Não sei como me despedir de você, nem quero", diz o manuscrito encontrado na casa de seu amigo marroquino Taoufiq Mouhouch, com quem frequentava uma mesquita de Terrassa, próximo a Barcelona.
Kayke, Taoufiq e um terceiro homem, Mohamed El Gharbi, foram presos em dezembro de 2014, quando tentavam atravessar a fronteira da Bulgária com a Turquia. Ele foi levado de volta para a Espanha, onde está preso.
A polícia achou também um papel em que estava desenhada a bandeira do estado islâmico com diversas armas, além de mais cópias do livro de recrutamento da Al Qaeda. O material teria sido entregue por Antonio Saez Martínez, o suposto líder da célula extremista.
À correspondente da GloboNews em Madri, Luisa Belchior, a mãe do brasileiro disse que vai recorrer e que acredita na versão do filho, de que ele estava de férias na Turquia. A mãe do brasileiro afirmou ainda que Kayke é um cidadão de bem.
Com informações da Reuters e G1.