
Brasileiras na Flórida
O levantamento do American Community Survey aponta um total de 84,772 brasileiros em 2016, sendo 57.2% mulheres e 42.8% homens. A maior parte das brasileiras está na fase produtiva - 60.8% estão na faixa de 35 a 64 anos; 90.5% possui escolaridade média ou superior e cerca de 23, 324 possuem mais de 16 anos e estão empregadas. Na parte profissional, 39.1% - a maior parte - trabalha no setor de serviços; 33.6% ocupa a área de negócios , e 24.1% trabalham na área de vendas e escritório. Em ganhos anuais para trabalhadores de tempo integral, as brasileiras são em maior número que os brasileiros - enquanto eles são 13,231, elas são 13,456. No universo brasileiro, 15% das mulheres mantêm sozinhas a família, são provedoras sem presença masculina na casa. Dentre as milhares de brasileiras na Flórida, boa parte possui uma história de vida de superação, de luta, seja por ter que manter os filhos sozinha, por ter se tornado vítima de violência doméstica ou em caso de saúde, por acompanhar sozinha o filho em tratamento, a história de luta representa a força que as mulheres têm para enfrentar os problemas em um país diferente e seguir adiante.Histórias inspiradoras

Ser mulher: a importância da autoestima
Desde que o Matheus nasceu, as pessoas me julgavam porque eu sempre estava arrumada mesmo com um filho doente. Elas acham que quem tem um filho doente tem que se entregar, adoecer junto. Penso que, para eu fazer o meu filho ficar bem, eu teria que estar bem comigo mesma primeiro. No hospital mesmo eu procurava fazer exercício físico, fazia unha, cabelo, o que precisasse para me sentir bem. Era importante pra mim, dava força a mim e automaticamente ao meu filho. Em momento algum eu quis desistir. Nem dele e nem de mim”, relata emocionada. Algumas mães que passam por situação parecida de filho doente a procuram. “Faço questão de ajudar outras mulheres porque tudo o que a gente precisa é de apoio, parece que tudo fica um pouco mais leve. Fico feliz de hoje a história ser inspiração para outras crianças e famílias”, relata. A gente sempre acha que não vai dar conta, mas graças a Deus, a gente consegue com apoio superar tudo. Consegui até hoje cuidar dele e cuidar de mim também e passei a ver que os outros problemas são bem menores.Matheuzinho
“Ele é uma criança especial mesmo, é maravilhoso, tem uma força incrível por tudo que passou”. Gecilene explica que o cuidado com Matheus ainda é grande por causa da alimentação. "Ele vai usar os medicamentos para o resto da vida e precisa ter uma boa alimentação e hidratação. Os exames dele estão bem, mas ele ainda fará uma nova cirurgia de intestino para fechar a colostomia e nos olhos que pode possibilitar melhora na visão. A luta não acabou, mas me sinto muito mais forte para enfrentar tudo isso. Mais confiante e mais valorizada também. A gratidão pelas pessoas que ajudaram e ainda ajudam será eterna”. “Me sinto uma mulher agraciada e muito mais forte por ter realizado o sonho de vê-lo comer. O meu desejo agora é ver meu filho realizar todos os sonhos como crescer como qualquer criança e que também inclui nossa felicidade e recomeço”, ressalta.
Violência e abuso
Outra brasileira exemplo de superação e que hoje atua para ajudar outras mulheres é Kariza Fernandes , 37 anos, natural de Goiânia, mora em North Miami e em outubro de 2016 foi agredida pelo marido, o italiano Michele Marongiu, indo parar no hospital depois de pular do carro em movimento para fugir das agressões. Fisicamente irreconhecível, Kariza sofreu fratura no maxilar, corte no queixo, otorragia, escoriações no corpo e rosto, além de quatro dentes quebrados. Passou por cirurgias na face e hoje ajuda outras mulheres que vivem em situação de violência doméstica.
“Eu vivia sob tensão psicológica e ameaças do ex-marido, além de tentativas frustradas de separações”, conta. Depois do acidente, o ex-marido de Kariza foi preso e deportado para a Itália.
Hoje ela atua em casos de violência contra a mulher. “Hoje mesmo fui ajudar uma amiga que estava apanhando do namorado, e como as situações são semelhantes, não conseguia terminar o relacionamento por medo das ameaças. Fiquei lá e junto com a polícia, fui ajudá-la a sair de casa. Isso acontece quase todo dia”, relata. A designer de joias busca dar um suporte direto para mulheres que precisam. “Vejo muitos casos ao meu redor e hoje não fico mais quieta, já entro no meio e compro a briga, porque sei que não é fácil para uma mulher sair sozinha de um caso de violência”, pondera. Kariza encaminha e acompanha as mulheres ao SafeSpace, uma ONG que abriga e apoia as vítimas nesse tipo de situação. (veja mais sobre em SafeSpace.org).Gravidez na adolescência e limpeza voluntária
