
Brasileiras se unem na FL para enfrentar o câncer de mama
Em 2019, aproximadamente 268.600 novos casos de câncer de mama invasivo serão diagnosticados entre mulheres americanas e 41.760 mulheres morrerão da doença, prevê a ACS.Dificuldade de informações e apoio a brasileiros
Onde procurar ajuda, como fazer, como iniciar o tratamento após a descoberta de um câncer? Estas são as principais dúvidas e fazem toda a diferença. Pensando em amenizar essa falta de informações, a Associação das Mulheres Empreendedoras (AME) montou uma cartilha online em português que reúne informações essenciais para auxiliar brasileiras que moram na Flórida e descobrem o câncer de mama. Idealizada há pouco mais de um ano pela presidente e fundadora da AME, Lilian Mageski, e com lançamento previsto para o dia 23 de outubro no sul da Flórida e 29 de outubro em Boston (MA), a cartilha conta com informações relevantes dadas por brasileiras que já passaram pela doença e realizaram o tratamento na região, além de informações de órgãos e entidades governamentais. O projeto tem parcerias com grupos locais e o Consulado do Brasil em Miami.Outubro Rosa: brasileiras lutam contra o câncer de mama na FL
De ONG´s e hospitais que disponibilizam auxílio para o tratamento do câncer, passando por transporte para sessões de quimioterapia, apoio psicológico e financeiro, seguro de saúde e grupos de apoio - todas essas informações serão agora mais fáceis de serem encontradas. "Transporte, apoio psicológico, o que precisa fazer - tudo vai estar dentro da cartilha", destaca Ricarda Prado, diretora da Associação de Mulheres Empreendedoras do sul da Flórida.
Dicas de quem já passou pela doença
Idealizada com o apoio de voluntárias da associação, sobreviventes da doença e também de consulados, a ideia da cartilha foi colocada em prática primeiramente para a comunidade brasileira em Boston (MA) para ajudar brasileiras que necessitavam apoio. "A dificuldade de informações por nós brasileiros, é grande. Algumas associadas da AME que passaram pela doença me procuravam em busca de apoio e informações, foi quando percebi que eu não tinha como informar mais a fundo, como passar os recursos certos para elas, bem como entregar algum material de prevenção. A gente encontra algum material nos hospitais, em lugares que são americanos e onde as informações estão todas em inglês. Em português não tinha nada do tipo. Então a gente preparou a cartilha para servir com um guia de prevenção e apoio. Estamos muito felizes", faz questão de destacar Mageski. Para brasileiras que sabem bem o que é receber o diagnóstico e não ter ideia de como e onde começar a procurar ajuda, a cartilha é uma dádiva. "Fiquei super feliz com esse projeto porque todas nós sabemos como é difícil, além do choque da notícia, termos que correr atrás de aplicações para conseguir se tratar. É realmente muito estressante", destaca Gisele Buono, que passou pelo tratamento há três anos e está curada. Ela fez da sua experiência o grupo "A nossa força vem do céu", onde mulheres que passam ou passaram pela doença compartilham informações, se encontram e se ajudam.Milhares de pacientes de câncer de mama podem rejeitar quimioterapia, diz estudo
Por ser escrita em português e detalhada, para Amanda Silvestre, 29 anos, que mora em Doral e tem feito sessões regulares de quimioterapia, a cartilha irá ajudar bastante a entender como funciona o sistema de saúde americano. Assim, reunindo informações de brasileiras desse grupo e de outras que já passaram ou estão passando pelo tratamento, como Juliana Krauss que mora em Orlando e terminou a oitava quimioterapia esta semana, de forma gratuita ou em parte, a cartilha reúne dicas de hospitais, clínicas, sites para solicitações de exames, dicas de cobertura de seguro de saúde, etc. Enfim, o máximo de informações importantes sobre a doença. "Passamos para a equipe que montou essa cartilha dados como nome do hospital, site para aplicação e detalhes que podem fazer diferença, como por exemplo, locais que pedem a comprovação de uma renda mensal máxima como requisito de aprovação do tratamento, etc", detalha Gisele."O câncer não escolhe data nem idade pra chegar"
Óvulos congelados
Como estava tentando engravidar, mas descobriu o câncer, Amanda conta que a fundação LIVESTRONG pagou para que ela fizesse o congelamento dos óvulos para poder tentar daqui a 5 anos quando ela terminar o tratamento hormonal. "Automaticamente, primeiro a gente pensa que vai morrer. Foi quando comecei a procurar grupos de a mulheres com câncer de mama na internet e entendi o quanto esse tipo de câncer é tratável", finaliza aliviada.Exames e mamografias gratuitos, além de doações para o combate ao câncer
Durante este mês de conscientização do câncer de mama, estão sendo realizadas várias ações preventivas incentivando as mulheres a fazer o autoexame, procedimento de extrema importância para detecção precoce da doença, além de mamografias gratuitas. Um dos locais onde mulheres acima de 35 anos ou com algum sintoma podem fazer a prescrição gratuita da mamografia é na Vip Clinic, em Orlando. Para agendar uma consulta, ligue (407)730-9911 (Vip walk-in Clinic). Os agendamentos estão disponíveis às terças e sextas de 3pm até 6pm e domingos sob consulta. Já para agendar o exame de mamografia, a clínica orienta que a pessoa ligue diretamente para o Florida Hospital pelo número (407)303-2273. - O Jackson Memorial Hospital oferece tratamento gratuito para residentes de Miami-Dade, segundo uma brasileira que passou pela doença. Mas é preciso checar os critérios para qualificação. Um deles varia de acordo com o número de pessoas que moram na casa, por exemplo. Confira no link jacksonhealth.orgDoações
-A Vip Clinic também está arrecadando doações para mulheres que estão em tratamento. "Chapéus, lenços, faixas e tudo o mais que ajuda no 'look' de quem não precisa perder a autoestima", diz a entidade.Mamografia gratuita
Exames de mamografia podem ser feitos sem nenhum custo durante este mês. Confira alguns locais aqui. "Acho que isso (informações sobre a doença e prevenção) tem que ser divulgado de janeiro a dezembro. Outubro Rosa é só um lembrete extra de que as mulheres têm que se cuidar o ano inteiro", encerra Silvestre.