
“Levantava para tomar banho e saía dele exausta”
A empresária e enfermeira Cristina Faria, 48 anos, fundadora do grupo de clínicas médicas VIP Walk Clinic na Flórida, ficou 15 dias em isolamento total depois que confirmou a suspeita de estar com a COVID-19. Sem saber como e quando foi contaminada (ela esteve em Nova York na semana anterior e também participou de um dos eventos que recebeu o presidente Jair Bolsonaro e sua comitiva em Miami em março) Faria fez um relato emocionado ao Gazeta News sobre a superação da doença. “Fui a primeira paciente confirmada com a COVID-19 no condado de Orange. De 12 a 27 de março foram meus dias em isolamento. Comecei a sentir os sintomas no dia 10 e não fui para a clínica trabalhar. Me sentia debilitada, muito fraca, com muitas dores pelo corpo todo e sabia que havia algo de errado, eram umas reações estranhas”, conta. No dia 12, falei com médicos da clínica e resolvi ir ao Orlando Health Department, mas eles não estavam preparados para a pandemia e me encaminharam ao Advent Health, em Downtown Orlando, onde fiz o exame e confirmou a suspeita. “Foram horas até eu receber o diagnóstico. Fiquei esperando no carro. Optei então por seguir a orientação do meu médico e fui para casa onde fui tratada à distância por ele e outros profissionais”. Asmática, anêmica e alérgica Com quadro crônico de saúde por ser asmática, anêmica e alérgica, o que compromete muito o sistema respiratório, a empresária faz tratamento semanal com injeções para o quadro alérgico e mensal com vitaminas e sais minerais, proteína, ferro, soro, etc, para reforçar o sistema imunológico, que segundo ela, está sempre baixo. “Sou uma paciente crônica, apesar de eu não estar na terceira idade, tenho probabilidade de riscos muito altos, não só para coronavírus, mas para outros vírus como o H1N1 – que já peguei – e Influenza que pego todo ano”. Sintomas Além das dores pelo corpo, ela relata que sentiu também dor de cabeça muito forte, como de enxaqueca. “E o nariz fica úmido, como se fosse escorrer mas não escorre, muito estranho. Durante esse período tive perda do paladar, do olfato, reação alérgica com manchas pelo corpo, febre baixa por duas vezes. O pior é o cansaço, a debilidade. Dormia 15 horas,18 horas direto porque é um cansaço inexplicável. Levantava para tomar banho e saía dele exausta”, detalha. Tratamento e recuperação Como estava com infecções nos brônquios antes do diagnóstico da COVID-19, Faria contava com nebulização duas vezes por dia e seguindo orientação médica, tomou azitromicina por sete dias. “Além disso, muito chá quente, líquido e muito soro. É importante tomar muito líquido durante a recuperação, ajuda muito”, conta.