Um grupo de ativistas bloqueou as entradas do edifício do Geo Group, que administra centros de detenção para o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE), em Boca Raton, na manhã desta terça-feira, 3, em protesto contra a detenção de imigrantes indocumentados.
Mais de uma dúzia de outros manifestantes se reuniram ao redor do prédio, cantando e segurando cartazes com os dizeres: "os ricos ficam mais ricos, os pobres são presos". De acordo com um post no Facebook do grupo Ft. Lauderdale Food Not Bombs, por volta de 7 da manhã, ativistas de várias origens bloquearam o acesso à garagem enquanto outros entraram e fecharam a entrada da sede da empresa munidos com cimento.
A polícia de Boca Raton foi chamada e levou pelo menos um dos manifestantes sob custódia. Ele seria um dos organizadores e foi detido enquanto liderava os gritos. Um policial de Boca Raton disse ao líder de protesto Carlos Valnera Naranjo que ele estava violando uma lei municipal que proíbe o uso de som amplificado. Ele teria continuado a cantar no megafone e os policiais o algemaram, o levaram sob custódia e apreenderam o amplificador. Outro manifestante permanece detido pela mesma infração, segundo o Miami Herald.
A manifestação foi projetada para chamar a atenção para o que os ativistas chamam de registro de violações de direitos humanos da Geo, segundo o Ft. O Lauderdale Food Not Bombs em seu post no Facebook.
“Não permitiremos que nosso governo separe famílias inocentes. Não permitiremos que empresas privadas lucrem com o sofrimento de crianças ”, disseram os manifestantes em comunicado por e-mail ao Miami Herald. "Não permitiremos que seus trabalhadores permaneçam intactos em escritórios com ar condicionado enquanto as pessoas forem privadas de sua humanidade".
O Grupo se manifestou dizendo que a narrativa dos protestantes não condizem com o trabalho e serviços por eles prestados e preza a segurança dos funcionários. "As mentiras desonestas que estão sendo divulgadas sobre os serviços que nossa empresa fornece são baseadas na mesma retórica falsa que levou ao perigo de nossos funcionários, funcionários do governo e do público”,disse Pablo Paez, porta-voz do Geo Group, em um comunicado enviado ao Sun Sentinel após a manifestação. "A segurança de nossos funcionários é nossa principal prioridade, e qualquer violência, vandalismo ou destruição de propriedade em qualquer uma de nossas instalações e escritórios não será tolerada."
Somente depois do meio-dia desta terça-feira, os funcionários do Grupo Geo conseguiram entrar no prédio.
Grupo Geo
O Grupo Geo é uma empresa sediada na Flórida que opera instalações correcionais privatizadas em todo o país e já foi alvo de protestos no passado. Em agosto, manifestantes fizeram cartazes e cantaram, exigindo o fechamento de centros de detenção de imigração em todo o país. Especializada em correções privatizadas, detenção e tratamento de saúde mental, o grupo mantém instalações na América do Norte, Austrália, África do Sul e Reino Unido. A partir de 2017, as ações do Grupo GEO são determinadas principalmente por investidores institucionais.