O Miami Seaquarium anunciou que vai parar de apresentar espetáculos com treinadores e a popular orca Lolita, que vive há mais de quatro décadas em um tanque do parque aquático, a pedido das autoridades do governo americano.
O pedido foi enviado pelo departamento de Saúde e Segurança Ocupacional do Departamento de Trabalho americano (OSHA, na sigla em inglês), de acordo com informações do aquário, no dia 2. “Recentemente, devido à preocupação do OSHA com a segurança dos funcionários, foi emitida uma citação que pediu que não houvesse treinadores na água durante as apresentações”, indicou o texto.
O Seaquarium reforçou, no entanto, que nunca houve, no passado, “nenhum incidente de segurança com Lolita”.
Lolita, a orca veterana de 3,2 toneladas, “continuará a receber o mesmo cuidado, o estímulo e a atenção com as quais contou por quase 45 anos”, acrescentou o aquário. A companhia de parques temáticos aquáticos SeaWorld tomou uma decisão similar no passado, depois que, em 2010, a orca Tilikum arrastou a treinadora para o fundo do tanque até matá-la diante dos visitantes, aterrorizados.
A organização de defesa dos animais PETA, que travou uma batalha legal com a Seaquarium para conseguir a libertação de Lolita, comemorou a decisão.
“Os treinadores do Miami Seaquarium não poderão mais utilizar esta orca em risco de extinção como uma prancha de surfe durante os espetáculos”, indicou um diretor da PETA, Jared Goodman.
“Apesar desta decisão, Lolita continua sozinha no menor tanque de orcas dos Estados Unidos e a PETA urge à população que faça um boicote contra o Miami Seaquarium até que Lolita seja libertada”, afirmou Goodman.
A Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA) determinou, em fevereiro, que Lolita merecia a mesma proteção que os outros soltos na natureza por pertencer a uma espécie em risco de extinção, mas não se pronunciou sobre o cativeiro do mamífero aquático.
Lolita foi capturada, ainda jovem, nas águas do estado de Washington (noroeste), em 1970. Com seis metros de comprimento, vive em um tanque de 10 metros de largura por seis de profundidade, o que é criticado por defensores dos animais.