Ansiosas por ação, mães indocumentadas fazem greve de fome em frente à Casa Branca
Em um vídeo no site da Casa Branca, o presidente disse que apresentará, na noite do dia 20, seu plano de ação executiva para consertar, dentro de sua autoridade como presidente, o sistema de imigração quebrado.
Essas mães, que estão sendo acompanhadas por outras que também fazem greve de fome por todo o país, México e Panamá, fazem parte do grupo de defesa de imigrantes chamado Dreamers’ Moms USA, composto por mães de jovens DREAMers em todo o país (jovens elegíveis ao DREAM Act ou que se enquadraram no Deferred Action for Childhood Arrivals). Além delas, há imigrantes aliados com a causa, como Francisco Diaz, de Homested, que no ano passado foi de bicicleta até a capital pela reforma imigratória.
“Ficamos encorajadas ao ouvir que o presidente irá anunciar seu plano de ação executiva amanhã à noite”, disse ao GAZETA, Margie Del Castillo, de Arlington, VA, do Latina Institute for Reproductive Health, que está ajudando o Dreamers’ Moms a realizar o movimento. “Esperamos que o presidente anuncie um plano expansivo e o mais abrangente possível”.
Entre as mães, Rosario Reyes, uma imigrante indocumentada de El Salvador e mãe de três filhos, contou sua história ao “Washington Post”. A família Reyes é como milhares de família no país que têm status misturados, com indocumentados, cidadãos americanos, residentes e parte da família vivendo em países da América Central e do México. Seu filho mais velho recebeu o alívio do DACA, o do meio vive em El Salvador e o mais novo é cidadão americano. Seu marido, Ramon, que chegou aos EUA antes dela, tem status legal temporário de refugiado.
De acordo com assessores da Casa Branca, dentro das medidas da ordem executiva, Reyes, que vive em Maryland, estaria entre os beneficiados, já que uma das prioridades seriam os pais de cidadãos americanos e jovens “DREAMERs”, o que poderia beneficiar até 5 milhões de pessoas.
Se o presidente não agir ou se sua ação não for tão extensiva, Reyes, que vive há mais de 10 anos nos EUA, permanecerá no limbo sujeita à deportação e incapaz de trabalhar legalmente, dirigir ou viajar para El Salvador para visitar seu filho do meio, Jose Ramon, de 13 anos, que vive em uma área ameaçada por gangues criminosas.
Grupos de proteção de imigrantes dizem que a legalização de pais de crianças cidadãs ou residentes é um primeiro passo em direção à resolução do problema maior.
“Se o presidente liberar 5 milhões de imigrantes a trabalhar e viver nos EUA legalmente, isso será um passo extraordinário na direção certa, mas não é o suficiente”, disse ao”Washington Post” Gustavo Torres, diretor executivo do Casa de Maryland, um grupo sem fins lucrativos de apoio a imigrantes. “Ainda temos que ir até o Congresso e dizer a eles que é a hora de resolver esta crise para todas as nossas famílias e comunidades”.