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Alunos brasileiros relatam medo e tensão no tiroteio da escola em Parkland (FL)
A Flórida possui a segunda maior comunidade imigrante brasileira nos EUA e como não poderia deixar de ser, alguns deles fazem parte dos 3.208 alunos matriculados e que estavam momento do tiroteio na escola Marjory Stoneman Douglas High School em Parkland, no sul do estado. Na tarde de quarta-feira, 14, quando o ex-aluno Nikolas de Jesus Cruz, de 19 anos, entrou em um dos prédios da escola e disparou contra várias pessoas, alguns adolescentes brasileiros vivenciaram momentos de terror que antes só tinham visto pela televisão. Massacre da Flórida é o 18º em escola nos EUA em 2018 Uma delas é Maria Fernanda, 15 anos, filha do ex-goleiro do Palmeiras, Bruno Cardoso que atualmente mora em Parkland com a família, estuda na escola desde o ano passado e estava em sala no momento do tiroteio. Segundo Cardoso, os disparos aconteceram justamente no prédio dos calouros da escola, onde Maria Fernanda estuda, mas ela estava em aulas em outro prédio no momento do crime. Como ainda está muito abalada, o pai conversou com o Gazeta News sobre o susto que a filha passou. “Ontem, quando voltamos para casa à tarde, o meu filho que estuda na outra escola que nos avisou primeiro sobre o que estava acontecendo. Imediatamente ligamos para ela e só depois de uns 30 minutos conseguimos falar com ela e só por mensagem porque todos precisam ficar em silencio quando acontece esse tipo de coisa. Ela disse que tava bem e que estava trancada na sala de aula. Começamos a acompanhar pela TV e com ela pelo telefone. Ela estava assustada, é claro. Ela tinha escutado os disparos, vidros quebrados, gritos, a equipe da SWAT entrando. Eles foram acompanhando pela internet também, não sei se é bom ou não, mas eles vão tendo alguma noção melhor do que está acontecendo”, contou. Segundo Cardoso, a filha tentou passar para eles a ideia de que estava tranquila, mas no fundo claro que estava nervosa. “Maria Fernanda não conhecia o atirador porque ele havia sido expulso da escola antes dela entrar”, explicou. Sobre as vítimas fatais, Cardoso disse que ainda não sabem, mas a filha relatou que o professor de geografia se jogou na frente dos alunos para protegê-los, e acabou levando um tiro e morrendo. Sobre a insegurança, Cardoso ressalta que esse é o único ponto negativo, mas que todos os outros pontos positivos superam. “Apesar do acontecido, a Flórida é um ótimo lugar para se viver. Escolhi morar aqui com minha família pela qualidade de vida e essa tragédia é uma coisa ruim dentre várias outras boas daqui”, concluiu o ex-jogador do Striker. “One-blood” precisa de doação de sangue O negativo após tiroteio em Parkland Outro adolescente brasileiro, Joao Thompson dos Santos, 15 anos, é estudante do 10° ano e também presenciou o tiroteio, inclusive disse ter sido salvo por um dos funcionários da escola que morreu depois de salvar vários alunos. A mãe, Mariluza Thompson, contou ao Gazeta News que o filho está vivo graças à ação do coach da escola . “Meu filho ainda está em choque e aos poucos consegue contar o que aconteceu dentro da escola, mas assim que soube da morte do técnico, me disse que foi salvo por ele”. Segundo Thompson, o funcionário conseguiu levar vários alunos que estavam do lado de fora para o auditório e voltou para buscar mais, quando foi alvejado. “Ele me falou com pesar: ‘mãe ele me botou pra dentro do auditório e voltou pra buscar mais criança’", relatou. Ela disse que o filho não chegou a ver o atirador. “Estavam todos muito assustados. O alarme já havia tocado uma vez ontem mais cedo, então, da segunda vez, os alunos saíram e depois que estavam lá fora, ouviram os gritos e os professores mandaram voltar pra dentro das salas” conta Thompson. Vários alunos foram salvos pelo assistente do treinador de futebol americano, Aaron Feis, que morreu ainda no local. O diretor de atletismo Chris Hixon, também foi atingido e morreu. Na manhã do mesmo dia, a escola havia feito um treinamento de emergência com os alunos e soou o alarme. Mas o toque na parte da tarde foi dado pelo próprio atirador, para que os alunos saíssem para o corredor e ele pudesse atirar, disseram as autoridades. Segundo informado pelo Consulado Geral do Brasil em Miami, não há relato de brasileiro entre as vítimas.