A Coréia do Norte concordou em acabar com seu programa nuclear e voltar a integrar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares no futuro, segundo um acordo assinado nesta segunda-feira.
O chefe da IAEA, Mohammad El-Baradei, elogiou a decisão e disse que os inspetores devem voltar ao país o mais rápido possível.
"Quanto mais cedo voltarmos, melhor", disse ele.
A decisão norte-coreana foi anunciada em um comunicado divulgado por negociadores dos seis países que discutem o programa nuclear norte-coreano na capital da China, Pequim.
Os norte-coreanos também concordaram em permitir vistorias da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Inspeções
A Coréia do Norte "promete abandonar todas as armas nucleares e programas nucleares correntes, regressar ao Tratado de Não-Proliferação assim que possível e aceitar inspeções" da IAEA, diz o comunicado.
Em contrapartida, os Estados Unidos declararam não ter intenção de atacar a Coréia do Norte e vão respeitar sua soberania.
A decisão aconteceu durante a quarta rodada de negociações entre os seis países (Coréia do Norte, Coréia do Sul, China, Estados Unidos, Rússia e Japão) que discutem a questão.
"Esse é o resultado mais importante obtido desde o início das negociações, há mais de dois anos", disse Wu Daw, vice-ministro das Relações Exteriores da China.
A questão das inspeções pode ser um obstáculo para a concretização do acordo, segundo o correspondente da BBC na Coréia do Sul, Charles Scanlon.
Eletricidade
O acordo diz que "Os Estados Unidos afirmam que não possuem armas nucleares na península coreana e não têm intenção de atacar ou invadir (a Coréia do Norte) com armas convencionais ou nucleares."
Segundo os norte-coreanos, o acordo prevê ajuda em termos de energia para a Coréia do Norte e "cooperação econômica nos campos da energia, comércio e investimento".
A Coréia do Sul já prometeu cerca de 2 milhões de quilowats de eletricidade para a Coréia do Norte.
O comunicado diz ainda que a normalização das relações entre Estados Unidos e Coréia do Norte está prevista no futuro.
Um ponto que ainda deve ser discutido é a questão do uso de energia nuclear para fins pacíficos. A Coréia do Norte deseja receber um reator nuclear não militar para gerar energia elétrica.
Os Estados Unidos disseram que a reivindicação seria contraproducente mas concordaram em discutir o assunto em uma futura ocasião.
O grupo dos seis países deve se reunir novamente em novembro em Pequim.