O site Flight Radar 24, que acompanha o tráfego aéreo mundial, conhecido pela possibilidade de rastrear as aeronaves em tempo real, mostra que o voo Lamia CP-2933, que caiu na Colômbia com o time brasileiro Chapecoense, deu duas órbitas no ar, antes de começar a reduzir velocidade e altitude e cair próximo ao região de Rionegro, na Colômbia.
O site acompanha as aeronaves pelo transponder, e conforme indicou, a aeronave, um Avro AR-85, o piloto fez dois círculos a uma altitude de 21 mil pés (6 mil metros de altitude) a uma velocidade média 250 nós (cerca de 460 km/h). Em seguida, porém, o avião vai diminuindo velocidade e altitude gradativamente.
O último registro da aeronave é quando ele se encontra a 15,550 pés de altitude (4.739 metros), conforme o sinal de GPS, e uma velocidade de 142 nós (263 km/h). A aeronave da companhia boliviana LaMia que levava o time do Chapecoense, matrícula CP-2933, decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e seguia para Medellín, na Colômbia.
O chefe da Aviação Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, afirmou que o piloto do avião do Chapecoense pediu para pousar em Rionegro durante o trajeto, e que reportou ao controle de tráfego aéreo da Bolívia que tinha "falhas elétricas graves", segundo disse ele à Radio Caracol.
Especialistas em aviação apontam que as voltas dadas pela aeronave no ar mostrariam que o piloto iniciava uma preparação para o pouso, ou esperava a preparação do aeroporto para receber a aeronave.
Ele pode ter feito as voltas para gastar combustível no ar, preparando-se para o pouso. Se ele reportou pane elétrica, tem que ver o que deteriorou a situação, as condições do aeroporto para receber a aeronave, se opera a aproximação por radar e como ele pretendia pousar”, afirma o coronel Luis Claudio Lupoli, ex-investigador da Força Aérea Brasileira (FAB) e que atuou, inclusive, na queda do Airbus da Air France no Oceano Atlântico em 2009, deixando 228 mortos.
A aeronave levava o time para disputar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional. O avião tinha 17 anos e 8 meses de uso e pertencia a uma empresa venezuelana que operava na Bolívia.
Anac vetou voo fretado da Chapecoense
A Chapecoense tentou fretar um avião para fazer a viagem direto para Medellín, mas foi impedida pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O clube havia planejado sair de São Paulo e fazer uma escala na Bolívia. A mesma medida foi tomada quando o time viajou à Colômbia para enfrentar o JuniorBarranquilla, quando o órgão não permitiu.
A Anac, posteriormente, soltou um comunicado informando o motivo de ter negado o voo fretado. "O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada", diz o comunicado.
Com a impossibilidade de fretar um avião, o elenco catarinense embarcou no aeroporto de Guarulhos nesta segunda-feira, em um voo comercial. A decolagem ocorreu às 15h15, com chegada à meia-noite (horário de Brasília). O avião da Chapecoense saiu de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, rumo a Medellín na noite de segunda-feira, 28.
O avião que transportava a delegação da Chapecoense, para Medellín, local do primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana, desapareceu do radar e sofreu um acidente em Cerro Gordo, nas cercanias da cidade de La Unión.
Segundo as autoridades colombianas, a aeronave levaria 81 pessoas a bordo: 72 passageiros e 9 tripulantes.
Com informações do Uol Notícias e G1.