“Uma linha reta não é a distância mais curta entre dois pontos.” Esta ideia está por trás da incrível história da família Murry, traçada no clássico livro de Madeleine L’Engle, Uma Dobra no Tempo. O livro ganhador do Newbery Award em 1963 foi traduzido em várias idiomas, inclusive em português, e ainda é capaz de fascinar uma nova geração de leitores.
Diferentemente do livro, a adaptação para as telas grandes pelos estúdios Walt Disney, A Wrinkle in Time (Uma Dobra no Tempo, título em português) não me fascinou tanto quanto o livro. O longa é fiel ao livro, tem um visual deslumbrante e um figurino impecável, mas contém algumas deficiências. O roteiro escrito por Jennifer Lee é fraco, desconexo em alguns momentos; há personagens faltando, alguns que tiveram a sua essência modificada como por exemplo a personagem do ator Zack Galifianakis, Happy Medium, ser um homem na adaptação ao contrário do livro onde é uma mulher. Mesmo assim, a interpretação de Zack ficou bem convincente.
O longa acompanha os irmãos Meg (Storm Reid) e Charles (Deric McCabe) quando decidem reencontrar o pai, um cientista físico famoso, interpretado por Chris Pine, que trabalha para o governo e está desaparecido desde que se envolveu em um misterioso projeto. Eles contarão com a ajuda do colega de escola da Meg, Calvin, e de três excêntricas criaturas peculiares (que eu as chamo de fadas) em uma ousada jornada por diferentes lugares do universo. As três “fadas” – Mrs. Which, Mrs. Whatsit e Mrs. Who -, que ajudam as crianças na aventura são interpretadas pelas atrizes Oprah Winfrey, Reese Witherspoon e Mindy Kaling, respectivamente.
Com um elenco assim, não podia ser diferente, as performances de cada uma dessas personagens são excelentes, separadamente. Os atores-mirim são muito bons e se deram muito bem na frente e por trás das cameras. Mas a química entre eles é inesistente.
Para esse desafiador projeto, a diretora americana Ava DuVernay foi a escolhida. Ava já dirigiu filmes como Selma de 2014 e Middle of Nowhere de 2012. Tanto Ava como a roteirista Jennifer poderiam ter olhado com mais carinho para o roteiro e, talvez, ter dado uma atualizada na história inserindo alguns problemas modernos da adolescência, como o bullying, distúrbios alimentares, depressão, entre outros. Além disso, para os adultos, fica um pouco difícil de conectar com a história, mesmo sendo uma já conhecida por alguns de nós.
Mas como eu sempre digo, essa é minha opinião e você deve ir assistir para ver ser concorda ou não comigo. A Wrinkle in Time entra em cartaz na próxima sexta-feira, dia 9 de março!