
Se elas estão se tornando resistentes à uma droga, não usar a droga pode ser o caminho.
O que está acontecendo hoje em dia sempre aconteceu, só que antes acontecia menos. Existem trilhões de bactérias ao nosso redor e isso sempre foi assim, sempre existiram bactérias boazinhas e bactérias malvadinhas. As bactérias estão por todo lado, no tablet ou no celular que você está usando para ler este texto, nas suas mãos, na sua pele, cabelo, unhas, roupas, cadeira, mesa, talheres, em tudo. E existem as boas e as más em todos os lugares. Na verdade, em nosso corpo existe mais de dez vezes o número de bactérias que células do nosso corpo. A maioria delas são inofensivas e as que não são nosso sistema imunológico as mantém em pequeno número e não ficamos doentes. As bactérias malvadinhas são chamadas de patogênicas e podem nos fazer mal causando desde pequenas infecções sem grandes problemas, até a morte. Para combater as bactérias que nos fazem mal a ciência desenvolveu drogas químicas ou derivadas de fungos por exemplo, que podem matar as bactérias, os chamados antibióticos. Esse remédio atua mantendo as populações de bactérias patogênicas em número pequeno e assim sob controle. No século XX, muitas doenças foram controladas por esses remédios Atualmente muitos antibióticos não funcionam mais e isso se deve ao desenvolvimento de resistência dessas bactérias, aos antibióticos. Isso foi possível porque nos ambientes hospitalares o grande número de bactérias aumenta a probabilidade de ocorrência de mutações. As mutações são mudanças aleatórias no DNA e essas mudanças podem ser inofensivas ou não. No caso das superbactérias, as mudanças foram ótimas para as bactérias e muito ruins para nós humanos. As mutações que já ocorreram deram às bactérias o poder de combater os antibióticos, de impedir a entrada dos antibióticos na própria bactéria e isso impede a ação do antibiótico e claro, a pessoa permanece com as bactérias no corpo e com as consequências ruins da infecção. Essas são bactérias resistentes e não morrem com os remédios, ou melhor com os antibióticos. O que se pode fazer parece contraditório, mas não é. Se elas estão se tornando resistentes à uma droga, não usar a droga pode ser o caminho. Isso mesmo, não usar os antibióticos quando a infecção não é grave impede o desenvolvimento da resistência. Outras medidas mais simples ainda são muito importantes. Lavar as mãos, não tossir ou espirrar sem proteger a boca com o antebraço, por exemplo. E ao mesmo tempo a ciência está na corrida para o desenvolvimento de novos medicamentos, de vacinas e vírus capazes de combater as superbactérias. Enquanto isso não ocorre, nós podemos tratar da nossa saúde com uma boa alimentação, exercícios e sono de qualidade.