O presidente Donald Trump considera acabar com o programa Deferred Action for Childhood Arrivals ou DACA – criado por Obama e que protege os jovens imigrantes indocumentados da deportação -, mas somente daqui a seis meses, tempo dado ao Congresso para criar um potencial substituto para o programa, de acordo com funcionários da administração que lidam com o assunto.
A suspensão do decreto que permite a permanência dosdreamers ainda está sujeita a alteração, e deve ser anunciada oficialmente na terça-feira, 5. Detalhes importantes ainda não foram resolvidos, como por exemplo, se os beneficiários do programa poderão renovar seu status durante o período de seis meses ou não.
Legisladores republicanos liderados pelo presidente da Câmara, Paul D. Ryan, pediram à Casa Branca para manter o programa enquanto outra legislação sobre os jovens imigrantes é analisada pelo congresso. A solução temporária tem sido objeto de negociações silenciosas entre a equipe legislativa de Trump e os membros da Câmara, de acordo com um funcionário do governo familiarizado com as negociações.
Mas os assessores da administração admitem que o Congresso pode não conseguir concordar com uma solução legislativa para a questão e não está claro o que aconteceria após os seis meses, se o Congresso não agir.
O DACA foi assinado como ordem executiva pelo ex-presidente Barack Obama em 2012 e protege cerca de 800 mil jovens imigrantes indocumentados que chegaram aos EUA antes dos 16 anos da deportação, concedendo também o direito de requerer autorizações de trabalho válidas por dois anos.
Durante a campanha presidencial, Trump prometeu acabar com o programa por considerá-lo inconstitucional.
Grupos de defesa de imigrantes afirmam que acabar com o programa seria um passo “frio” do governo que não renderia nenhum benefício para a nação, ao mesmo tempo em que ameaça um grande número de jovens criados nos Estados Unidos, que trabalham e pagam impostos.
Na semana passada, um grupo de empresários - incluindo Timothy D. Cook –CEO da Apple, Jeffrey P. Bezos, da Amazon e Mark Zuckerberg, do Facebook - assinaram uma carta aberta ao presidente e líderes do Congresso pedindo que preservem o programa.
No último sábado, Zuckerberg mudou a foto de perfil em sua página do Facebook, que tem 96 milhões de seguidores em todo o mundo, onde diz: "Eu Apoio o DACA". No domingo, o CEO Cook escreveu pelo twitter que "250 dos meus colegas de trabalho da Apple são #Dreamers. Eu estou com eles".
Com informações do NY Times.