Tratamento convencional
Antes do tratamento, ele tomava doses máximas de morfina diariamente e não conseguia mais andar. O tumor havia se espalhado pelos ossos. Vamberto tinha tentado quimioterapia e radioterapia, mas seu corpo não respondeu bem a nenhuma das técnicas. Após uma semana com a terapia genética, ele já havia voltado a andar e deixado de sentir fortes dores. "Cheguei a ter medo de morrer, mas em nenhum momento esse medo foi maior do que a minha vontade de viver", disse Vamberto Castro ao Fantástico. Os pesquisadores da USP – apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) – desenvolveram então um procedimento próprio de aplicação da técnica CART-Cell.Terapia genética
O câncer que atingia o sistema imunológico do paciente era muito agressivo e não respondia a tratamentos convencionais (quimioterapia e radioterapia). Como o prognóstico era pessimista (menos de um ano de vida), médicos o indicaram para participar da nova pesquisa. Após sua autorização, os testes começaram. Os cientistas coletaram uma amostra de sangue do paciente e a inseriram em uma máquina, num processo semelhante ao da hemodiálise. O equipamento filtra o sangue e separa apenas os linfócitos T (células do sistema imunológico que combatem invasores). Os pesquisadores então modificam geneticamente essas células, ou seja, inserem no DNA delas um gene que vai codificar um receptor específico daquele tipo de tumor. A CART-Cell é uma forma de terapia genética já utilizada nos Estados Unidos, Europa, China e Japão. Esse método consiste na manipulação de células do sistema imunológico para que elas possam combater as células causadoras do câncer. A estratégia consiste em habilitar células de defesa do corpo (linfócitos T) com receptores capazes de reconhecer o tumor. O ataque é contínuo e específico e, na maioria das vezes, basta uma única dose. Nos Estados Unidos, os tratamentos comerciais já receberam aprovação e podem custar mais de US$ 475 mil. Com informações do G1.