Pelo menos 70 dos 227 postos do Brasil no exterior foram paralisados no primeiro dia de greve dos servidores do Itamaraty, no dia 12, segundo o Sinditamaraty – sindicato que representa os funcionários.
O consulado de Nova York ficou aberto apenas para serviços emergenciais. Além de Nova York, a missão brasileira das Nações Unidas, os consulados de Washington, Atlanta, Houston e Chicago, além das embaixadas de cidades como Londres, Madri, Paris e Nairóbi também foram paralisados.
Os serviços de atendimento consular de emergência, que incluem também a emissão de passaportes e vistos em casos de risco de segurança ou saúde, não foram paralisados.
Entre as reivindicações estão os reajustes salariais e o pagamento do auxílio-moradia atrasado, segundo informou o sindicato do grupo. A greve foi convocada pelo Sinditamaraty, organização sindical do Ministério das Relações Exteriores, que anunciou que o ato será inicialmente por “tempo indeterminado”.
Em comunicado, a Associação Internacional do Funcionários Locais no Mundo – Aflex, informou que a classe em greve não é dos funcionários locais assim como a do ano passado, que nos dias 13 e 14 de maio de 2014 fechou 16 postos estratégicos. “Aflex não foi contatada ou ouvida pelo governo até o momento, apesar da forte repercussão na mídia nacional e internacional. Na ocasião, na contramão da diplomacia, a greve resultou em cortes de dois dias de salário, demissões, muita pressão e ameaças”.
A classe dos funcionários locais é composta por 4 mil trabalhadores que são encarregados por 90% do atendimento ao público e por 75% da impressão de documentos, entre outros atendimentos em setores como assistência, administração, informática, educacional e comercial, nos consulados, embaixadas e nas diversas missões. Não são servidores públicos brasileiros e nem pleiteiam ser, pois são recrutados por processo seletivo em diferentes países.
A Aflex convocou que os funcionários locais, apesar de insatisfeitos, comparecessem ao posto de trabalho.
Segundo o Sinditamaraty, apesar da paralisação nas embaixadas e consulados do país no exterior, 30% do pessoal continuava com suas funções tal como determinam as leis brasileiras que regulam as greves na administração pública.