A história de duas modelos poderá tirar um senador democrata do cargo. Uma delas já foi do Big Brother Brasil 4 e hoje é advogada em Miami.
Um senador democrata de Nova Jersey, Robert Menendez, de 61 anos, está sendo acusado de usar sua influência política para ajudar doadores de campanha, segundo uma reportagem no do jornal "New York Post".
O senador teria influenciado seus funcionários para conseguir um visto de estudante para a brasileira Juliana Lopes Leite, de 34 anos, e outras namoradas estrangeiras do cirurgião ocular dominicano, Salomon Melgen.
O cirurgião, que é casado, foi apontado como um dos maiores doadores de campanha do senador democrata devido aos laços de amizade entre os dois. Ele foi preso no dia 14 e levado à cadeia de Palm Beach. Dias depois, seus advogados conseguiram sua transferência para Miami, mas sem direito à fiança. Melgen é acusado de envolvimento em esquema de desvio de mais de $105 milhões de dólares do Medicare, de mentir no diagnóstico de pacientes e um esquema de suborno na doação à campanha política do senador.
O senador Menendez responde a oito acusações envolvendo suspeitas de corrupção política. Se condenado, o político pode pegar até 15 anos de prisão.
O GAZETA tentou contato com Juliana no dia 21, por e-mail, e não teve sucesso. De acordo com o “G1”, ela também não respondeu aos telefonemas do portal.
Juliana participou do reality show Big Brother Brasil, trabalhou como atriz em novelas e posou para revistas masculinas no Brasil antes de se mudar para Miami e se tornar advogada. Atualmente, Juliana tem um escritório em Miami, chamado Juliana Leite International Law Firm, localizado em Brickel. De acordo com o Florida Bar, ela está apta à prática de advocacia no estado. Juliana recebeu o green card em dezembro de 2012.
A brasileira admitiu ao “NYPost” que conhece o cirurgião, mas não deu mais detalhes. O senador sabia que Juliana era uma das namoradas do cirurgião, conforme relatam os dados da investigação, diz o jornal.
O pedido para o visto de Juliana teria ocorrido em 24 de julho de 2008 quando o senador pediu a um ajudante para mandar um e-mail a um integrante do alto escalão do Departamento de Estado para “considerar com atenção” o pedido de visto para a modelo brasileira, que gostaria de entrar nos EUA com visto de estudante.
A “namorada nº 1”, como os investigadores citariam Juliana nos documentos oficiais, havia se inscrito para cursar direito na Universidade de Miami e solicitaria o visto em Brasília no dia seguinte. Juliana, que é de Brasília, formou-se na Universidade de Miami em 2010. Ainda de acordo com o NY Post, parte da mensalidade de Juliana foi paga pela fundação sem fins lucrativos de Melgen. No imposto de renda da fundação, a mensalidade de dois alunos da Universidade de Miami em 2009, no total de $39.961 dólares foi descrita como “ajuda com a educação de pessoas desprivilegiadas”.
Outras beneficiadas com o esquema teriam sido uma atriz ucraniana que se mudou para a Flórida e duas dominicanas que tiveram o visto negado para os EUA.
Laços políticos
Conforme o jornal, o cirurgião e o senador conheceram-se em 1993 e o senador foi convidado para voar no jato de Melgen para visitar a residência do médico na República Dominicana em várias ocasiões. As interferências do senador a favor do amigo começaram em 1998 quando Melgen pediu que ele intervisse no visto de duas irmãs dominicanas, de 22 anos e 18 anos, para passarem férias nos EUA. Fonte: New York Post e G1.