Depois de quatro anos, Ricardinho está de volta ao Corinthians. E pela porta da frente. A MSI e a diretoria do clube fizeram de tudo para convencê-lo a voltar ao Parque São Jorge. Inclusive aceitar a pedida de seu empresário Marcel Figer, R$ 250 mil mensais. A única concessão de Ricardinho foi o tempo de contrato. Em vez de três anos, como desejava o jogador de 29 anos, ele acertou contrato por dois anos. A feliz MSI se esforçava para apresentar Ricardinho ainda nesta quinta-feira.
“Foi a volta que queríamos. O Ricardinho irá jogar outra vez no Corinthians e com uma grande equipe. O meu filho está muito feliz. Tudo aconteceu como esperávamos. Ótimo”, comemorava José Pozzi, pai do meia.
O empenho para ter Ricardinho de volta depois de quatro anos se justifica em uma campanha intensa do técnico Antônio Lopes, do diretor da MSI, Paulo Angioni, e da estrela Tevez.
O argentino se encantou com o toque de bola de Ricardinho no Santos. E em várias conversas com Kia incentivou a contratação do jogador. Disse que o time ficaria muito mais forte para a Libertadores. As palavras de Tevez incendiaram o lado torcedor do iraniano.
Paulo Angioni defendeu a contratação do meia porque acredita que com sua vivência e personalidade o Corinthians passará a ter um ‘líder positivo’.
“Conheço o Ricardo há muito tempo e sei o bem que ele faz nos times joga. Por conhecê-lo tão bem eu fui a pessoa responsável pela aproximação e pelos contatos com o jogador”, disse Angioni.
Ricardinho se recusou a continuar no Santos, mesmo com a chegada de seu amigo, Vanderlei Luxemburgo. Ele não se conformou pelo fato de ganhar R$ 120 mil , quantia apontada como teto pela diretoria de Marcelo Teixeira, e depois saber das contratações de Luizão, Giovanni e Pitbull recebendo R$ 200 mil.
O futebol árabe também tentou levar o jogador. Um grupo de empresários estava disposto a oferecer US$ 14 milhões por três anos de contrato. Só que o clube árabe acabou desistindo da contratação. Foi considerada muito alta.
Depois de sair do Corinthians em 2002, Ricardinho fracassou no São Paulo, no Middlesbrough. Se recuperou no Santos com a conquista do Brasileiro de 2004.
O interessante na saída do atleta para o rival São Paulo foi que ele conseguiu ir sem criar inimizade na diretoria corintiana. O meia recebia em 2002 cerca de R$ 80 mil no Parque São Jorge. Foi para ganhar R$ 300 mil no Morumbi.
“O Ricardinho é um jogador diferenciado. Não dá para ficar com raiva dele. Ele cansou de ganhar tudo no Corinthians. Queria aprender a perder e foi para o São Paulo. Quem sabe ele cansa e acaba voltando ?” perguntava, premonitório, o vice presidente Antônio Roque Citadini.
Ele ficou treinando fisicamente durante as férias com o irmão que é professor de Educação Física.
