As normas impostas por Joseph Vento, dono do restaurante Geno’s, na Filadelphia, exigem que os clientes só façam os pedidos em inlgês.
E dessa maneira, um dos restaurantes da Filadelphia cuja fama reside nos “cheese steaks”, ou bife com queijo, tomou conta do debate nacional sobre a reforma da lei de imigração.
Situados em uma área ao Sul da Filadelphia com forte presença de imigrantes, tanto o Geno’s como seu principal rival, o Pat’s King of Steaks, são o epicentro de uma zona rebatizada como “a zona zero dos bifes com queijo”.
Mas ao colocar pequenos cartazes que informam aos clientes “Aqui é a América. Quando pedir, fale em inglês”, o dono do restaurante criou uma tormenta política.
Vento defende sua posição. “Os imigrantes ignoram a sorte que têm.
Tudo o que estamos pedindo é que aprendam a falar inglês. Queremos ajudar essas pessoas, mas também essas pessoas devem ajudar a si próprias”, disse Vento, de 66 anos.
Ele, cujos avós aprenderam inglês em meio a muitas dificuldades, após chegar da Sicília aos Estados Unidos, no século passado, disse que colocou os cartazes há uns seis meses, quando crescia a preocupação com a reforma migratória e aumentava o número de clientes que não sabiam fazer seus pedidos em inglês.
A tradicional comunidade italiana no bairro de Geno’s diversificou-se com o curso do tempo.
Chegaram imigrantes da Ásia e América Latina, mesclando-se com residentes de longa data e jovens profissionais que buscam moradia relativamente barata. Nos últimos dez anos, entre 15 mil e 20 mil imigrantes mexicanos estabeleceram-se no Sul da Filadelphia.
O dono do restaurante assegura que seus funcionários têm toda satisfação em auxiliar os clientes que não nasceram nos EUA a fazer seus pedidos em inglês, e que ninguém é privado de fazer seus pedidos por causa de problema de linguagem.
O diretor de um grupo de defesa dos direitos de imigrantes, Peter Bloom, disse que pretende enviar representantes ao restaurante para fazer seus pedidos em espanhol e que, dependendo do que ocorra, pretende iniciar uma ação judicial contra o proprietário. “Os avós de Vento já encontraram o mesmo tipo de racismo e xenofobia.
Por que iniciar de novo um processo de racismo?”, argumentou Bloom.
Em uma recente reunião do Conselho Municipal, o conselheiro Jim Kenney pediu a Vento que retirasse os cartazes. O proprietário do restaurante informou ter recebido inúmeras críticas e ameaças, mas que pretende defender sua convicção, mesmo que perca dinheiro.