O Conselho Nacional La Raza, uma das grandes organizações latinas dos Estados Unidos, tem insistido em que a solução dos problemas migratórios deveria começar por uma reforma completa cuja aprovação não deve ser postergada por mais tempo.
Da mesma forma opinam o Foro Nacional de Imigração, a Aliança de Organizações Por Reforma e outras entidades interessadas em encontrar soluções permanentes“ para as graves falhas” do atual sistema migratório nos Estados Unidos.
O representante federal democrata por New York, Joseph Crowley declarou à im-prensa que o país está “num momento crucial com a reforma exaustiva de imigração”. Para Crowley, os Estados Unidos necessitam de “uma reforma real que inclua a segurança nacional na fronteira, porém também ter caminhos para resolver a situação da população de imigrantes (indocumentados) que atualmente vivem” neste país.
O representante de New York disse que o presidente Bush tem a responsabilidade de tratar deste tema com países vizinhos, como o México, de onde provem uma alta percentagem de imigrantes indocumentados, segundo estatísticas de Imigrações.
“Estas preocupações justificam reuniões com os líderes dos países fronteiriços”, destacou o legislador. No entanto, La Raza e outros grupos latinos manifestaram sua inquietude devido à idéia do republicano Duncan Hunter, da Califórnia, que preside o Comitê de Serviços Armados da Câmara Baixa, de apresentar um projeto de lei para a construção de um muro ao longo dos 3 mil e 200 quilômetros da fronteira com o México. O custo desta cerca, que teria os mais mo-dernos sistemas de vigilância, superaria os 8 milhões de dólares, segundo um grupo conservador chamado “Let Freeedon Ring”, que respalda a proposta de Hunter.
A vice-presidenta de La Raza, Cecília Muñoz, disse à imprensa local que promover o desenvolvimento econômico em ambos os lados da fronteira “seria provavelmente melhor que um muro”. A construção dessa barreira “realmente” não impediria as pessoas de virem para os Estados Unidos.
A pretensão de Hunter conta com o co-patrocínio de seu colega republicano Virgil Good, da Virginia.
A visão de Good é que o imigrante indocumentado segue causando um impacto negativo na economia das comunidades deste país onde usam as escolas, serviços de saúde e “criam uma ameaça para a segurança”. No entanto a reforma migratória sugerida por Bush em janeiro de 2004 segue paralisada no Congresso – onde se prevê o inicio dos debates para os primeiros meses de 2006 – a Casa Branca continua implementando uma variedade de ações nesta área.
Uma dessas decisões é a “iniciativa de Fronteiras Seguras” (SBI) anunciada pelo secretário de Segurança Nacional (DHS), Michel Chertoff, com o objetivo de garantir o controle das fronteiras e “reduzir a imi-gração ilegal”.
O centro da SBI se centra no desdobramento de um maior número de agentes da Patrulha da Fronteira na linha divisória sul, assegurar os portos de entrada e aplicar mais eficácia nas leis de imigração.
Também contempla um aumento da capacidade de detenção e deportação de estrangeiros indocumentados e a eliminação definitiva do processo de “captura e libe-ração” dessas pessoas, algumas das quais podem ficar nos Estados Unidos, se assim decidir o juiz de imigração.
