As velhas ideias parecem estar sendo repetidas – e com cara de novas – com a posse do novo porta-voz da Câmara, Paul Ryan, que substituiu John Boehner na semana passada. Mas seu discurso está sendo feito com tanta convicção que parece novo.
Em uma entrevista durante o programa “Meet the Press”, da “NBC”, o novo porta-voz disse que o presidente Barack Obama não é confiável em relação à imigração. Ele se refere às ações executivas que o presidente tomou há um ano para tentar resolver o problema da imigração ilegal nos Estados Unidos.
Como o próprio Ryan disse, “presidentes não escrevem leis, e sim o Congresso”. E foi justamente isso que a “gangue dos oito” (composta por quatro republicanos e quatro democratas) no Senado fez, ao criar um projeto de lei bipartidário que resolveria a maioria dos problemas da imigração no país. O projeto de lei foi aprovado com 68 votos no Senado. Quando foi para a Câmara há 29 meses, o projeto morreu.
Ryan propôs ainda que para uma reforma é necessário chegar a um consenso em relação à segurança das fronteiras e segurança interna. “Mas eu não acredito que deveríamos avançar com uma legislação de imigração com um presidente que provou não ser confiável em relação a esse assunto”, disse o porta-voz. Ou seja, Ryan se referiu a trechos da própria lei que está estacionada na Câmara, dominada por republicanos.
Essa lei tem trechos que falam especificamente sobre a segurança das fronteiras e segurança interna. Ou seja, o projeto de lei não foi pra frente porque os republicanos da Câmara simplesmente se recusam a avançar com uma “legislação de reforma imigratória abrangente”.
Frente à tal inação, depois de vários pedidos, Obama resolveu tomar uma medida por conta própria. Daí, em vez de seguir com o projeto de lei de reforma, a Câmara, sob o comando de Boehner, processou Obama e votou para bloquear o orçamento para suas ordens de imigração. Enquanto isso, as ações de Obama foram bloqueadas por um juiz federal em fevereiro.
Ou seja, toda a saga recente da reforma imigratória está sendo minada não por um presidente que não é confiável. Quem não é confiável é a liderança republicana, que simplesmente dá passos contrários à resolução do problema. Fonte: Washington Post.
