O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, prometeu que seu governo vai colaborar com a investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafiq Hariri.
Em um discurso na televisão, Assad disse que a Síria é "inocente" e que "a verdade é do interesse do país".
O presidente também criticou o atual governo libanês, dizendo que ele estava deixando o Líbano ser usado como plataforma para uma conspiração contra a Síria e que a cooperação do país terminaria caso a Síria "seja prejudicada".
"Nós vamos fazer parte do jogo deles", disse Assad. "Não importa o que fizermos ou o quanto cooperarmos, o resultado depois de um mês será de que a Síria não ajudou."
Jogo
Milhares de jovens sírios se reuniram no local do pronunciamento, uma universidade de Damasco, e acenavam bandeiras do país enquanto o presidente discursava.
A Síria nega envolvimento na morte de Hariri e instaurou uma investigação própria sobre o incidente, liderada pelo promotor Ghada Murad.
Na quarta-feira, a Síria proibiu a saída do país de seis membros do governo investigados pelo atentado em Beirute em fevereiro. Eles prestariam depoimentos à ONU.
"Eles devem ficar na Síria até que a investigação (própria do país) seja concluída", disse um porta-voz do governo.
Acredita-se que, entre os acusados, que não tiveram seus nomes divulgados, estejam Maher Assad, irmão do presidente sírio, Bashar Al-Assad, e o chefe da inteligência militar síria, Assef Shawkat, cunhado do presidente.
A imprensa síria divulgou que o chefe da equipe de investigação da ONU, Detlev Mehlis, foi convidado a viajar a Damasco para discutir com as autoridades sírias a forma de cooperação para o inquérito.
O assassinato de Hariri gerou uma onda de críticas e protestos à Síria, que foi obrigada a retirar suas forças de segurança do Líbano como conseqüência.