À medida que a geração adulta dos Estados Unidos se dirige para a aposentadoria, o crescimento da populaçãoem idade de trabalho (entre 25 e 64 anos) será impulsionado pelos imigrantes e pelos filhos de imigrantes nascidos nos EUA até 2035, aponta pesquisa divulgada pela Pew Research.
Sem imigrantes, segundo a pesquisa, a diferença de adultos em idade ativa de trabalho no país seria estimada em 18 milhões em 2035, sendo 184 milhões de pessoas contando a população imigrante e 166 milhões sem tal parte da população.
Tal diferença de números seria influenciada pela escassez de crianças nascidas nos EUA filhas de pais americanos. As imigrantes desempenham um papel importante nas tendências gerais de fertilidade dos EUA. Entre 1970 e 2014, o aumento do número anual de nascimentos nos EUA foi impulsionado inteiramente por imigrantes, enquanto filhos de americanas caíram.
O papel importante das mulheres imigrantes na condução dos nascimentos nos Estados Unidos decorre tanto do crescimento da população nascida no estrangeiro como do fato de as mulheres imigrantes terem, em média, mais filhos do que as mulheres nascidas nos EUA.
Os imigrantes formam grandes proporções de trabalhadores domésticos (45%) e de agricultura, pesca e silvicultura (46%), ainda não sendo a maioria na indústria.
Os brasileiros Anderson Borges e Gisele de Castro moram em Jacksonville e estão nos Estados Unidos com a família (pais e irmãos) há 18 anos. Eles representam parte dessa população imigrante que contribui tanto com a força de trabalho quanto com o número de crianças e jovens que farão parte da população ativa, como aponta a pesquisa.
O motorista de caminhão é legalizado no país, trabalha e paga impostos, e, além disso, tem três filhos, todos nascidos nos Estados Unidos. Segundo Anderson, seus filhos irão estudar, trabalhar e formar aqui suas famílias. “Minha filha mais velha está com 16 anos. Daqui a pouco ela vai se formar, trabalhar, casar e também ter filhos aqui. Acredito que, dessa forma, estaremos ajudando ainda o país. É uma forma de aumentar a população ativa”, afirmou.
A estimativa é de que 8 milhões de imigrantes não-autorizados estavam trabalhando ou procurando trabalho em 2014, representando 5% da força de trabalho civil. Esse número permaneceu inalterado em relação aos anos anteriores e a participação diminuiu ligeiramente desde 2009. Embora o número estimado tenha sido estável no nível nacional entre 2009 e 2014, 15 estados dos EUA tiveram aumentos ou reduções da força de trabalho dos imigrantes não-autorizados.
No últimos anos, a opinião pública tornou-se mais positiva quando se trata do impacto dos imigrantes sobre a força de trabalho dos EUA. A proporção de americanos apoiando o número crescente de imigrantes que trabalham no país aumentou 14 pontos percentuais nos últimos 10 anos, passando de 28% em 2006 para 42% em 2016.