A Flórida acaba de passar por mais um furacão. É, passamos por mais um. Não sem ficarmos assustados e com certo medo de que esse pudesse fazer um estrago tremendo. E fez. Infelizmente. Considerado pelo National Hurricane Center e pelas autoridades o maior furacão a atingir a Flórida desde o Andrews há 25 anos, o Irma começou a se formar devagar a partir de uma onda tropical em 30 de agosto, próximo dasilhas de Cabo Verde, na costa ocidental africana, e foi ganhando força até atingir categoria 5 e traçar sua rota rumo à Flórida.
Nesta temporada de furacões, Irma, o nonociclone tropical nomeado, o quartofuracão, e o segundo grande furacão datemporada de furacões no Atlântico de 2017, fez um bocado de estrago por onde passou.
Considerado pelos meteorologistas o mais potente ciclone a fazer landfall(tocar a terra) já registrado na bacia atlântica, assim como o mais forte furacão atlântico em termos deventos máximos sustentadosdesde oWilma em2005, Irma fez com que o governador da Flórida, Rick Scott, declarasse estado de emergência dias antes da sua “chegada” e decretasse ordem obrigatória de evacuação em várias cidades. Segundo Scott, “esse poderia ser pior do que o Andrews, que devastou o estado em 1992”, declarava a todo minuto em conferência na TV.
Quem sabe informa ao vivo
Muitas pessoas pensam que é alarde e reclamam ao ver as notícias atualizadas minuto a minuto sobre a rota e intensidade do furacão. “Vocês estão assustando as pessoas! Não precisa disso tudo!”, disseram e até nos escreveram chamando-nos de sensacionalistas ao divulgarmos informações minuto a minuto e, inclusive, ao vivo pela nossa página do facebook. Sim, fizemos vídeos ao vivo porque, dentre outras coisas, o momento pedia informações precisas e respostas rápidas aos leitores. E foi em respeito e cumprimento da função de um veículo de comunicação que há 23 anos presta serviço à comunidade brasileira na Flórida, e pelo interesse do público, que fizemos.
Assim como o Irma, o GAZETA foi uma tempestade, mas do lado bom. Perguntas e respostas dadas na hora, aquela troca de informação instantânea, a busca pela informação mais recente para passar ao leitor que está ali do outro lado esperando. E conseguimos. Ufa, conseguimos! O sucesso não está somente nos números de pessoas que acompanharam nossos momentos ao vivo, mas da troca de informações rápida com os leitores, sanando dúvidas e ajudando várias pessoas ao mesmo tempo; gente que estava no Brasil e não tinha notícias de familiares e amigos aqui na Flórida, pessoas que haviam saído de casa e estavam em abrigos ou outros locais e buscavam notícias sobre o caminho do furacão, a rota, os abrigos, as ordens de evacuações, etc.
A passagem do Irma marcou não somente como mais um furacão que atingiu a Flórida, mas também como a importância que um meio de comunicação sério tem com a população. Recebemos elogios sinceros de leitores que agradeceram porque sentiram que podiam confiar em quem estava dando a notícia. Foi recíproco. O dever de informar, de passar a informação correta e a tempo nos cabe. Mas cabe mais ainda saber que nosso dever é cumprido com prazer e fidelidade aos leitores.
Claro que tem o lado ruim de um poderoso furacão. Foram relatadas até então *44 mortos, dos quais 38 no Caribe e seis nos Estados Unidos, sendo 4 na Flórida e 2 na Geórgia.
As ilhas do caribe na América Central foram devastadas. Bem mais que a Flórida. A precariedade das construções e falta de infraestrutura para lidar com esse destruidor fenômeno da natureza fazem com que, principalmente o Haiti, fique novamente em fiapos. Milhares estão desabrigados - falta alimentos, remédios, itens de higiene básica, além de roupas.
Agora resta-nos ver o que sobrou, recuperar o que pudermos e, principalmente, ajudar quem estiver em pior situação.
*Número atualizado para 81 no total, sendo 50 no Caribe e 31 nos EUA (25 na Flórida até esta sexta-feira, 15).