Uma troca de tiros contra tropas de paz da OTAN deixou três manifestantes mortos no segundo dia seguido de manifestações violentas no Afeganistão, enquanto muçulmanos por toda a Ásia vertem sua raiva contra os jornais que publicaram as charges de Maomé.
No Paquistão, mais de 5 mil pessoas realizaram o maior protesto desde o começo das manifestações que se espalharam pelas comunidades muçulmanas. Cidadãos da Dinamarca, onde as imagens começaram a ser publicadas, foram avisados para deixarem a Indonésia, que possui a maior concentração muçulmana do mundo.
Mas a maior parte dos atos violentos ocorreram no Afeganistão, onde milhares de rebeldes se chocaram contra a polícia e as tropas da OTAN.
Ataque à base norueguesa
Cerca de 300 manifestantes invadiram uma base militar norueguesa, disse Sverre Diesen, comandante das forças norueguesas. Algumas pessoas da multidão atiraram facas, pedras e granadas de mão. As forças norueguesas responderam com gás lacrimogêneo, balas de borracha e tiros para o alto, disse Diesen. Três manifestantes foram mortos e outros 72 ficaram feridos.
A ONU retirou seu pessoal de Maymana, e uma tropa da OTAN foi transferida para a cidade. Dois aviões de combate americanos A-10 foram enviados à cidade e um avião de transporte alemão C-130 foi colocado em espera caso as tropas necessitem de evacuação, informou Diesen.
O combate acontece um dia após quatro pessoas morrerem e 19 serem feridas em passeatas no Afeganistão.
O mundo foge do Islã
A policia afegã usou cassetetes para dispersar a multidão que atirava pedras na embaixada dinamarquesa e nos escritórios do Banco Mundial na cidade.
O ministro do exterior da Austrália, Alexander Downer, disse que seu governo fechou, temporariamente, sua embaixada nos territórios palestinos.
O primeiro-ministro da Malásia criticou veementemente a mídia de seu país nesta terça-feira por publicar os desenhos de Maomé.
A China criticou os jornais ocidentais por publicarem os desenhos. O porta-voz do ministro do exterior chinês, Kong Quan, disse que a publicação dos desenhos "vai contra o princípios de que diferentes religiões e civilizações devem se respeitar e viver juntas em paz e harmonia".
Ódio em Gaza
A terça-feira também foi violenta nos territórios palestinos. Militantes mascarados cravaram de balas uma foto do primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, e atearam fogo em uma bandeira da Dinamarca.
Em uma outra passeata na cidade de Gaza, dúzias de estudantes marcharam com bandeiras do Hamas, e juraram a Maomé, "nós iremos redimir sua honra com as almas deles!". E ainda cantaram, "A jihad (guerra santa) é o nosso caminho."