Os níveis de uma substância tóxica presentes na água do rio Songhua, na China, chega a ser 108 vezes superior ao que é considerado seguro no país, segundo o governo chinês.
A poluição maciça do rio, provocada por uma explosão em uma fábrica de produtos químicos, fez com que o suprimento de água da cidade de Harbin, no norte da China, fosse suspenso.
A explosão causou um grande vazamento de benzeno no rio, que abastece Harbin de água, motivo pelo qual o abastecimento foi interrompido.
Quase quatro milhões de pessoas continuam sem água na cidade, e mais de 16 mil toneladas de água potável já foram enviada para lá por meio de caminhões, segundo a agência de notícias Xinhua.
Mas este volume é inferior ao consumido pelos moradores de Harbin em um dia.
Desconfiança
Segundo as companhias aéreas, todos os vôos deixando a cidade estão lotados.
Quinze hospitais estão em alerta para lidar com possíveis vítimas de envenenamento, e várias escolas e empresas fecharam.
A explosão da fábrica de produtos químicos ocorreu no dia 13 na cidade de Jilin, que fica na beira do rio Songhua, que fornece água para Harbin.
Inicialmente, o governo havia dito que a falta de água iria durar quatro dias, mas um representante da companhia disse à BBC que não há prazo para retomada do fornecimento.
Segundo a correspondente da BBC em Pequim Louise Lim, os moradores de Harbin desconfiam do governo, que inicialmente disse que a distribuição de água havia sido suspensa para uma manutenção de rotina da rede.
A explosão teria forçado a evacuação temporária de cerca de 10 mil moradores da cidade, mas, quando ela ocorreu, as autoridades não deram qualquer sinal de que havia risco de a água que abastece a cidade ter sido contaminada.
Os anúncios de falta de água levaram os moradores a comprar alimentos e água nos supermercados da cidade. Há informações de que os estoques do líquido e de outras bebidas à venda já teriam se esgotado.
As autoridades também providenciaram caminhões-pipa para distribuir água à população.
Também há informações de que alguns moradores estão dormindo ao relento, em temperaturas abaixo de zero, depois de surgirem rumores de um terremoto iminente.