Kofi Annan nega qualquer responsabilidade no caso
A comissão de inquérito que apura irregularidades no chamado programa Petróleo por Comida está avaliando novas informações que indicam que o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pode ter tido um envolvimento no escândalo.
O programa Petróleo por Comida das Nações Unidas vigorou durante o governo do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e permitia que o Iraque tivesse acesso mais fácil a alimentos e outros gêneros de primeira necessidade, em uma época em que vigorava um embargo comercial contra o governo do país.
Uma empresa que empregava o filho de Kofi Annan, a Cotecna, ganhou em 1998 um contrato de US$ 10 milhões para monitorar o Petróleo por Comida, mas o secretário-geral da ONU sempre negou que tivesse conhecimento de que a empresa estivesse tentando obter o contrato.
No entanto, a Cotecna publicou nesta semana um memorando que descreve um encontro entre Kofi Annan e seus diretores dias antes de a empresa ter sido contemplada.
Indícios
Até agora, a comissão de inquérito do Petróleo por Comida disse que não havia encontrado indícios suficientes de que Annan tinha conhecimento da proposta da Cotecna.
Mas se a informação entre o encontro entre os executivos da empresa e o secretário-geral das Nações Unidas for correta, isso poderia implicar Kofi Annan no caso.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, a comissão de inquérito, presidida pelo ex-diretor do Banco Central americano Paul Volcker, divulgou uma declaração em que diz que iria "conduzir investigação adicional no tocante a essa nova informação".
Em outra nota, também divulgada nesta terça-feira, a Cotecna disse que encontrou o memorando que cita Annan como parte de "seus contínuos esforços para ajudar os investigadores".
Um porta-voz da ONU disse que Annan não se recorda de ter tido o encontro com representantes da empresa.
