Presidente do Banco Central assegura, em audiência, que política monetária adotada no país está mantendo as expectativas inflacionárias sob controle.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirmou ontem, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), as expectativas de o Brasil cumprir as metas estabelecidas para a inflação deste ano, de 4,5%, e de 2007, de 5,5%, com um intervalo de tolerância de 2% para mais ou para menos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) vai estabelecer, ainda este mês, segundo Meirelles, a meta de inflação para 2008.
– Tudo está alinhado. As expectativas de inflação estão ancoradas às metas. A política monetária tem conseguido manter as expectativas de inflação sob controle. Há estabilidade – afirmou o presidente do BC, que esteve na CAE para falar sobre os critérios na definição da taxa Selic e também sobre as divergências entre as respostas apresentadas pelo banco a respeito das leis que beneficiam os aposentados e pensionistas do Banespa, por requerimento de Eduardo Suplicy (PT-SP).
Ao responder aos senadores sobre a possibilidade de baixar a taxa básica de juros, Meirelles disse que as ações do BC já vêm dando essa sinalização. Observou, no entanto, que o banco precisa levar em conta uma série de fatores analisados pelo Conselho de Política Monetária (Copom) para decidir sobre a taxa.
As metas de inflação oscilaram para mais e para menos, conforme mostrou o presidente do BC, devido a choques externos e mudanças que levaram o CMN a mudar sua estratégia. Uma desinflação nos anos de 2004 e 2005 levou o Banco Central a retornar ao intervalo de tolerância original, de 2% para os índices estabelecidos da inflação de 2006 e 2007, observou.
Banespa
Henrique Meireles disse que ficará à disposição dos aposentados do Banespa para discutir reivindicações da categoria. No entanto, ressaltou que a correção dos benefícios recebidos por ex-funcionários do banco – incorporado pelo Santander no final de 2004 – é de ordem jurídica e não pode ser decidida pelo BC.
"A posição do Banco Central é a de supervisionar o sistema bancário e o BC não tem poder de arbitragem jurídica entre as partes", explicou.
Agência Senado