Seis milhões de bebês estão sendo salvos a cada ano por causa do aumento na taxa de amamentação exclusivamente por leite materno, revela um relatório anunciado nesta terça-feira pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas pela Infância) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Desde 1990, a taxa de amamentação por leite materno cresceu 15% entre bebês com menos de seis meses de vida nos países em desenvolvimento.
Os números do documento também mostram que mais de 60 países estão implementando o Código Internacional de Marketing em Substitutos do Leite Materno, que proíbe a oferta de presentes e amostras grátis a profissionais de saúde e o uso de palavras ou imagens em anúncios que idealizem a amamentação por mamadeira.
O relatório foi produzido para avaliar o progresso feito pelas nações desde que foi publicada a Declaração sobre Proteção, Promoção e Apoio ao Aleitamento Materno em 1990, adotada em um encontro realizado pelo Unicef e pela OMS em Florença, na Itália.
Apoio de hospitais
Uma das propostas aprovadas pelo encontro de Florença foi atribuir o status de "amigo dos bebês" para os hospitais que estimulassem as mães a amamentar seus recém-nascidos.
De acordo com o relatório, 20 mil hospitais em 150 países já receberam esse status.
Apesar dos avanços, o documento admite que a taxa de aleitamento materno ainda é muito baixa. Somente 39% dos bebês no mundo em desenvolvimento são alimentados exclusivamente por leite materno.
Entre os motivos mencionados para explicar tal patamar, são apontadas a pesada carga de trabalho das mulheres das zonas rurais e as incertas oportunidades de trabalho para as trabalhadoras das áreas urbanas.
Proteção às mulheres
Por isso, diz o relatório, as mulheres precisariam de maior proteção no mercado de trabalho.
Nos últimos dez anos, o número de mulheres empregadas cresceu em quase 200 milhões, mas apenas 59 países ratificaram pelo menos uma das três convenções de proteção à maternidade da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Outra preocupação relaciona-se à necessidade de evitar que a prevenção da transmissão do vírus da Aids, o HIV, das mães para seus filhos não prejudique as campanhas em favor da amamentação materna.
Uma coalizão de entidades, incluindo Unicef, OMS, a Rede Internacional de Ação "Baby Food" e a Aliança Mundial pelo Aleitamento Materno, está celebrando em Florença nesta terça-feira o 15º aniversário da adoção da Declaração de 1990.
Ela também é conhecida como "Declaração Innocenti", em alusão ao Centro Innocenti de Pesquisa do Unicef, localizado em Florença.