O presidente chileno, Ricardo Lagos, descartou a possibilidade de a presença do ex-presidente peruano Alberto Fujimori no país ampliar a tensão diplomática entre Chile e Peru. Lagos esclareceu que as gestões para a possível extradição de Fujimori são manejadas pelo Judiciário dos dois países.
"Não há nenhuma razão para dificuldades diplomáticas quando existe separação de poderes nas relações de Estado para Estado", disse Lagos. "Há um processo que está nas mãos de um juiz da Corte Suprema do Chile e, levando-se em conta o respeito de todos a esse procedimento, não há razão para nenhuma tensão nas relações bilaterais."
Fujimori está detido no Chile desde a madrugada de segunda-feira, pouco depois de ter chegado de surpresa em Santiago, encerrando o exílio no Japão iniciado em 2000. O ex-presidente é acusado de delitos como homicídio, crimes contra a humanidade e corrupção em 21 processos no Peru, que ontem ainda preparava os documentos para o pedido formal de extradição.
Na terça-feira, a Justiça chilena rejeitou um pedido da defesa de Fujimori para colocá-lo em liberdade provisória. Os advogados do ex-presidente recorreram da decisão, mas o juiz encarregado do caso, Orlando Álvarez, qualificou a apelação de "improcedente".
