O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi condenado na madrugada desta quarta-feira a 28 anos e seis meses de prisão em regime de reclusão pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, ocorrido em 2002, no Rio.
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O júri, composto por cinco mulheres e dois homens, considerou Elias Maluco culpado de homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.
A sessão durou cerca de 15 horas. A sentença foi anunciada às 5h30 pelo juiz Fábio Uchôa, do 1º Tribunal do Júri do Rio.
Elias Maluco é o principal acusado pela morte do jornalista. Outros seis acusados de cumplicidade no crime deverão ser julgados no dia 14 de junho.
Julgamento
O júri começou por volta das 13h30 desta terça. Vestindo calça jeans e camisa branca, Elias Maluco acompanhou a sessão.
Ao ser interrogado, ele preferiu ficar em silêncio. Disse que quem falaria por ele seriam seus advogados --Célio de Carvalho Maciel e José Maurício Mezille de Castro Júnior.
As testemunhas de defesa foram dispensadas pelos advogados do traficante. Com isso, o tempo julgamento foi reduzido.
Tim Lopes
Tim Lopes desapareceu em 2 de junho de 2002, na Vila Cruzeiro, favela que faz parte do complexo do Alemão depois de ser reconhecido e capturado por traficantes ligados a Elias Maluco, quando fazia reportagem sobre um baile funk onde haveria consumo de drogas e sexo explícito.
Após ser apanhado por traficantes, Lopes foi levado para o morro da Grota, também no complexo do Alemão, onde teria sido esquartejado e queimado em pneus --método conhecido como "microondas" e usado para apagar vestígios da mortes.
Réus
Os sete acusados pelo crime deveriam ser julgados juntos. O júri, porém, foi desmembrado.
Na segunda-feira (23), a Justiça acatou pedido da defesa e adiou o júri de cinco deles. Nesta terça, o juiz decidiu que Ângelo Ferreira da Silva, o Primo, também deve ser julgado em 14 de junho.
No processo, os réus são acusados dos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.