O juiz de Palm Beach County, Glenn Kelley, negou nesta quarta-feira, 14, o pedido de fiança de Clarence Shahid Freeman, que continuará preso acusado de tentativa de extorsão de quase US $ 1 milhão do distrito escolar em 2013.
Clarence Shahid Freeman foi preso na noite do dia 19 de fevereiro de 2013, acusado de cobrar indevidamente para ajudar imigrantes com problemas com a imigração e por tentativa de extorsão do distrito escolar do condado de Palm Beach.
Em maio deste ano, o júri considerou Freeman culpado da acusação de extorsão, que envolveram gravações de áudio secretamentes feitas pelo ex-superintendente escolar Wayne Gent, com a ajuda da polícia. Freeman, 65, foi condenado em julho, e no mês passado a juíza Kelley havia negado um pedido para um novo julgamento.
O Procurador de Estado Adjunto, Marci Rex, argumentou que Freeman não era elegível para fiança devido a uma acusação em 1974 de roubo à mão armada em Hillsborough County.
Marci Rex disse ainda que, mesmo se ele tivesse solicitado anteriormente, provavelmente não teria sido concedida clemência a Freeman, por causa de condenações sobre acusações de abuso infantil em 1990 , roubo em 1999 e posse de maconha em 2000.
O advogado de defesa de Freeman, Charles White, argumentou que ele nunca procurou ter seus direitos restabelecidos, e acreditava que os teria após sair da prisão em 1979 e ter completado a liberdade condicional em 1985, pela acusação de roubo.
"Ele está trabalhando sob a teoria por mais de 30 anos que ele não é um criminoso condenado, que os seus direitos foram restaurados", disse White, argumentando que o juiz tinha poder discricionário para conceder um vínculo de apelação. "Penso que, nessas circunstâncias, o tribunal pode levar em conta o fato de que esta acusação ocorreu há mais de 40 anos", disse.
Depois de negar o pedido de apelação, Kelley ordenou que Freeman seja declarado indigente e que os contribuintes paguem os custos de seu apelo.
O superintendente St. Lucie County, Wayne Gent, atuou junto com os investigadores no caso em 2013, após Freeman ter revelado a posse de uma possível carta com acusações contra ele e ter pedido dinheiro para “esquecer tudo”.
Gent foi testemunha na audiência e disse que as acusações na carta eram "inteiramente falsas"; os investigadores determinaram previamente que as alegações contidas na carta de duas páginas eram infundadas.
O juiz pediu ao júri que prestasse muita atenção aos pedidos de extorsão de Freeman que envolviam pagamento de $ 895.000 do empregado Brantley Sisnett em um processo disciplinar; e US $ 29.000 para um programa de verão escolar de fim de semana promovido por Freeman. Houve também um pedido para ajudar na mudança escolar para outro local.
"O Estado escolheu por criar estas falsas impressões para o júri, tendo interpretado erroneamente as provas e a lei em um esforço para mostrar que o Sr. Freeman era culpado de alguma coisa onde não havia realmente nenhum crime", disse White.
Antes de ser condenado, Freeman pediu desculpas por seu "erro" e disse que era hora de "assumir a responsabilidade por todas as minhas ações".
Histórico do caso
Em 2012, Shahid atuava como organizador comunitário e chegou a ser membro do partido democrata do condado de Palm Beach. As denúncias foram feitas pelas advogadas de imigração Aileen Josephs, de West Palm Beach, e Cynthia Arrevalo, de Aventura. Elas apresentaram uma queixa conjunta junto ao Bar Association, em março de 2012, alegando que Shahid, que não era advogado, mas recolhia taxas de imigrantes, inclusive brasileiros, para obter ajuda com casos de imigração, dizendo aos clientes que parte do dinheiro seria destinada ao pagamento dos advogados. Josephs e Arrevalo dizem que isso não é verdade. Fonte: Sun Sentinel