O governo da Jordânia disse neste domingo ter identificado os terroristas iraquianos, três homens e uma mulher, que participaram dos atentados suicidas contra três hotéis de luxo em Amã na quarta-feira passada.
Os terroristas foram identificados como sendo Safar Mohammed Ali, Rawad Jasim Mohammed Abid, ambos de 23 anos, e Ali Hussein al-Shimeri, de 25. A mulher seria Sajida al-Rishawi, também de 25 anos.
Ela era casada com Shimeri e é irmã de Samir Mubarak Atrous al-Rishawi, um dos comandantes de Zarqawi, morto em Falluja, no oeste do Iraque.
O vice-primeiro-ministro jordaniano, Marwan al-Muasher disse que Sajida tentou sem sucesso detonar explosivos e que permanecia sob custódia policial neste domingo.
Em entrevista à TV pública jordaniana, Sajida al-Rishawi contou que reside em Ramadi e que, no dia 5 de novembro, teria entrado na Jordânia com seu marido usando um passaporte falsificado. Ele estaria usando o nome de Ali Hussein Ali, e ela o nome de Saijida Abdel Kader Latif.
Os três suicidas homens morreram nos ataques praticamente simultâneos contra os hotéis Radisson, Grand Hyatt e Days Inn, que deixou 57 mortos e mais de cem feridos. O vice-ministro disse que os agressores entraram no país quatro dias antes dos atentados.
-Segundo o vice-premier, Sajida, uma iraquiana procedente da província de Al-Ambar, e o marido foram até um dos salões do hotel Radisson, onde cerca de 250 pessoas participavam de uma festa de casamento. Quando ela tentou detonar um cinturão com explosivos, o detonador falhou. Ela foi empurrada pelo marido para fora do salão antes de ele detonar os explosivos que carregava.
Mais tarde, a TV pública da Jordânia exibiu um vídeo com a confissão de Sajida.
- Nós fomos ao hotel. Ele (meu marido) ficou em um canto e eu no outro. Havia uma casamento no hotel. Havia mulheres e crianças - disse Sajida al-Rishawi.
- Meu marido executou o ataque. Eu tentei detonar (explosivos) e falhei.
A Al-Qaeda chegou a informar em nota publicada na Internet que um casal e dois homens, todos iraquianos, tinham perpetrado os ataques. Mas no sábado, o vice-primeiro-ministro da Jordânia, Marwan al-Muasher, havia dito que os suicidas eram apenas três homens, descartando envolvimento de uma mulher.
Sajida também contou que seu marido teria organizado tudo.
- Nós esperamos no Iraque e um carro branco nos buscou. Havia um motorista e um passageiro. Entramos na Jordânia juntos. Meu marido foi quem organizou tudo e eu não sei de mais nada - disse.
Já na Jordânia, o casal teria alugado um apartamento.
- Meu marido vestiu um cinto de explosivos e colocou um outro em mim. Ele me ensinou como usá-lo - detalhou.
Segundo ela, quando seu marido detonou os explosivos que portava, as pessoas saíram correndo.
- Saí correndo junto com eles - disse.
